You are here

Sherlock Holmes passa a domínio público nos EUA

O personagem Sherlock Holmes e todo o universo fictício que ronda o número 221 B da Baker Street passaram a ser de domínio público nos Estados Unidos após decisão de um juiz federal no estado de Illinois. Artigo publicado no portal Opera Mundi.
A primeira história do detetive mais popular da literatura ocidental, “Um Estudo em Vermelho” foi lançada em 6 de janeiro de 1887.

O personagem Sherlock Holmes e todo o universo fictício que ronda o número 221 B da Baker Street passaram a ser de domínio público nos Estados Unidos após decisão de um juiz federal no estado de Illinois. Isso significa que quem quiser criar e publicar histórias nos EUA com o mítico detetive londrino, incluindo seu fiel parceiro Watson e o vilão James Moriarty, não está obrigado a pagar os direitos de autor à família do criador, o escritor britânico Arthur Conan Doyle.

O juiz Rubén de Castillo determinou nesta semana que as obras de Conan Doyle publicadas antes de 1.º de janeiro de 1923 não estão protegidas pelo lei de direito de autor norte-americano. Apenas dez histórias posteriores à essa data estão protegidas. Segundo o entendimento de Castillo, todo o resto está livre.

Na ação, os herdeiros do escritor britânico sustentaram, sem sucesso, que o copyright se estende tanto às histórias quanto aos personagens. Todas as histórias de Holmes já estão no domínio público no Reino Unido.

O tema foi levado à justiça por Leslie Klinger, um editor que deseja publicar uma coleção de histórias originais de diversos autores inspiradas no detetive. No entanto, os herdeiros do escritor britânico ameaçaram proibir a publicação caso Klinger não pagasse os devidos royalties.

“Sherlock Holmes pertence ao mundo”, anunciou Klinger na passada sexta-feira no site eletrônico Free Sherlock. “As pessoas querem celebrar Holmes e Watson. Agora podemos fazer isso sem medo”.

O personagem

A primeira história do detetive mais popular da literatura ocidental, “Um Estudo em Vermelho” foi lançada em 6 de janeiro de 1887. O personagem foi inspirado num dos antigos professores de Conan Doyle em Edimburgo, na Escócia. Rapidamente, o estilo peculiar e os “casos impossíveis” resolvidos pelo detetive britânico deixariam leitores de todo o mundo apaixonados.

Em 1901, seria publicada a mais célebre das suas aventuras, O Cão dos Baskervilles. Desde o primeiro livro, Holmes tornou-se um sucesso editorial que, com o passar das décadas, também migrou com a mesma popularidade para o cinema e as séries de televisão.

Holmes é um investigador do final do século XIX que ficou famoso por utilizar, na resolução dos casos, o método científico e a lógica dedutiva. Não se vê Holmes estudando, mas domina misteriosamente uma vasta quantidade de assuntos do conhecimento humano, como geografia, história, química, geologia e línguas.

Descreve-se como um "detetive consultor". Segundo Doyle, Holmes é capaz de resolver os problemas sem sair do seu apartamento, mas em diversas de suas mais interessantes histórias é requerida sua presença in situ. A sua especialidade é resolver enigmas singulares, que deixam a polícia desnorteada, usando a extrema faculdade de observação e dedução.

É capaz de identificar a marca de um tabaco somente pelo seu cheiro e pela cor das suas cinzas. Outra das suas marcas registadas, a frase: "Elementar, meu caro Watson", foi criada no teatro, com muitas outras particularidades, como o cachimbo recurvado.

O seu grande inimigo, também dotado de extraordinárias faculdades intelectuais, é o professor e matemático James Moriarty. Em 4 de maio de 1911, após uma luta feroz, Holmes e Moriarty desaparecem nas cataratas de Reichenbach, perto de Meiringen, na Suiça ("The Adventure of the Final Problem").

Os protestos dos leitores foram tantos e de tal forma violentos, que Doyle foi obrigado a ressuscitar seu herói. Holmes acabaria por reaparecer no conto The Adventure of the Empty House, com a engenhosa explicação que somente Moriarty havia caído e, como Holmes tinha outros perigosos inimigos, havia simulado a sua morte para poder investigá-los melhor.

Apesar do grande sucesso da sua obra, Conan Doyle não gostava de escrever histórias para Sherlock Holmes pois considerava o romance policial como literatura de segunda classe e, na verdade, esse tipo de história só passou a ser respeitado após o sucesso do seu personagem.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Cultura
(...)