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Alan Turing, condenado por homossexualidade, recebe o perdão da rainha no Reino Unido

Percursor da computação, o brilhante matemático ajudou a abreviar a II Guerra ao decifrar o “Enigma”, um código e uma máquina que cifrava as mensagens da marinha alemã e era considerado inquebrável. Foi condenado à castração química por práticas homossexuais em 1952, e suicidou-se dois anos depois.
Alan Turing: sem ele, a guerra teria durado mais tempo. Foto de National Portrait Gallery, London.

O matemático britânico Alan Turing recebeu nesta terça-feira um indulto real pela condenação por homossexuallidade em 1952, que o levou ao suicídio dois anos depois.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing teve um papel fundamental em Bletchley Park, o lugar nos arredores de Londres onde estava instalado o centro dedicado a decifrar os códigos inimigos. Auxiliado por uma máquina complexa, precursora dos computadores modernos, decifrou o código usado pelos submarinos alemães no Atlântico, conhecido como Enigma, que se aplicava a uma complexa máquina, com o mesmo nome, que existia em todos os submarinos alemães.

Considerado um génio da matemática, o seu trabalho em Bletchley Park foi reconhecido como tendo contribuído para abreviar o desfecho da guerra.

Mas em 1952 foi destituído e castrado quimicamente com injeções de hormonas femininas depois de ser condenado por imoralidade, por ter relações sexuais com um homem. O sexo entre homossexuais era ilegal no Reino Unido até 1967. Alan Turing suicidou-se em 1954, quando tinha 41 anos, com cianureto.

O ministro de Justiça, Chris Grayling, disse que o perdão da rainha entra em vigor de imediato e servirá como homenagem a um "homem excecional com uma mente brilhante".

Só se concederam quatro perdões reais desde o final da Segunda Guerra Mundial, disse uma porta-voz de Grayling.

O cosmólogo Stephen Hawking e outros dez destacados cientistas fizeram campanha durante anos para que fosse concedido o perdão a "um dos matemáticos mais brilhantes da era moderna".

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