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Mariana Mortágua sublinha hipocrisia da troika e do governo

“A troika veio dizer no Parlamento que independentemente dos erros de cálculo do FMI, erros que assumem, os programas de ajustamento são para continuar”, esclareceu Mariana Mortágua a propósito da reunião de representantes da troika com deputados de todas as bancadas esta quinta-feira. A deputada do Bloco de Esquerda sublinhou a extrema arrogância “de quem acha que mais meio milhão de desempregados, menos meio milhão de desempregados é indiferente, perante a certeza de uma teoria económica que já se sabe estar errada”.
Mais ainda, disse Mariana Mortágua, um representante do FMI disse que o ajustamento orçamental em Portugal foi muito pequeno – foram estas as palavras – e portanto é para continuar e terá de haver mais austeridade mais cortes no Estado nos próximos anos.
A deputada bloquista disse ainda que para a troika, a flexibilização salarial da economia não é suficiente. “A política da troika no curto prazo continua a ser a de descer os salários. É esse o objetivo: continuar a flexibilizar, a destruir a legislação laboral e descer os salários médios da economia”.
Mariana Mortágua referiu-se ainda à posição do Banco Central, que aposta em dar mais dinheiro, mais poder e mais confiança aos bancos para serem estes a gerir os recursos da economia, e a serem eles mesmos a decidir que estados financiam e em que termos. “Isto só vem confirmar as nossas posições – de que estes planos são de salvação da banca e não da economia, e que são planos de empobrecimento e de austeridade. E que não existe nenhuma outra estratégia para a economia portuguesa que não seja o empobrecimento e a continuação de medidas de austeridade”.
Diante das contradições entre estas posições expostas pelos representantes da troika e as declarações da diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, Mariana Mortágua sublinhou que “há uma hipocrisia na forma como o FMI, as instituições europeias e mesmo o governo vêm assumindo alguns erros da excessiva austeridade, e depois não há consequências práticas nos programas de ajustamento”. E concluiu: “Não há nenhuma consequência prática dessas declarações mais benévolas sobre os erros da austeridade neste momento na economia. Não existe nenhuma vontade concreta no governo nem na troika de mudar a política até aqui seguida de destruição da economia”.
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