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John Lennon foi assassinado há 33 anos

O fundador dos Beatles, ativista político e considerado um símbolo maior do movimento anti-guerra, foi morto no dia 8 de dezembro de 1980, em Nova Iorque quando voltava do trabalho na companhia da sua esposa, Yoko Ono.
John Lennon e Yoko Ono

A 24 de agosto de 1981, o norte-americano Mark David Chapman é condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do músico inglês John Lennon, pena que cumpre até hoje e que pode ser transformada em pena perpétua. O ex-membro dos Beatles, ativista político e considerado um símbolo maior do pacifismo, foi morto no dia 8 de dezembro de 1980, em Nova Iorque, em frente ao edifício Dakota, prédio onde morava, quando voltava do trabalho na companhia da sua esposa, Yoko Ono.

Chapman cometeu o crime por volta das 23 horas de segunda-feira. O músico foi abatido com cinco tiros, sendo quatro deles nas costas, de um revólver de calibre 38. No mesmo dia, Lennon tinha-lhe autografado o seu último álbum, Double Fantasy – um fotógrafo chegou a registar a cena (ver foto no fim do artigo). O beatle chegou morto ao hospital Luke’s Roosevelt.


Na altura, a sua defesa tentou provar, baseando-se em testemunhas, que Chapman sofria de insanidade mental, não sendo responsável pelos seus atos. Chapman não aceitou a orientação dos seus advogados e enfrentou o julgamento como culpado.

Pela sentença, Chapman devia passar pelo menos 20 anos na prisão – cumpridos em 2000 – realizando tratamento para saúde mental. Depois, devia ser submetido a exames que mostrassem que estava apto a viver em sociedade. Todos os pedidos desde então pela sua liberdade, refeitos a cada dois anos, têm sido negados. A viúva de Lennon, Yoko, opõe-se veementemente à possibilidade de Chapman ser posto em liberdade, alegando que ele ainda constitui um perigo para ela e os seus dois filhos com John Lennon.

Até 2012, ele encontrava-se prisão de alta-segurança de Wende, no estado de Nova Iorque, sendo transferido para uma instalação adjacente na cidade de Buffalo.

As motivações

Durante anos, Chapman alegou motivos religiosos e filosóficos para justificar o crime. Em cartas escritas em 1983 a Stephen Spiro, o policia que o prendeu, o assassino afirmava que o seu “depoimento” estava todo contido na obra mais famosa do escritor J. D. Sallinger, “O Apanhador nos Campos de Centeio”. Como o protagonista, Chapman dizia odiar falsidades, e considerava Lennon um hipócrita.

Também disse depois ter se sentido ofendido quando Lennon soltou a polémica frase de que “era mais famoso que Jesus Cristo”, para ele uma blasfémia. “Sim, Lennon era um hipócrita do mais alto grau, mas havia outros que podiam – e teriam – servido o mesmo objetivo”. Ele fazia referência a outras personalidades, como o apresentador de TV Johnny Carson, a atriz Elizabeth Taylor e a magnata Jackie Onassis, entre outros, afirmando que poderia tê-los matado também. Lennon, por sua vez, parecia-lhe “um alvo mais fácil”. Morando em Honolulu, no Hawai, viajou para Nova Iorque com essa ideia em mente.

Chapman tinha uma certa obsessão pelo livro de Salinger. No dia da morte de Lennon, comprou uma cópia do livro, na qual escreveu “Esta é a minha declaração”, assinando como Holden Caulfield (a personagem do adolescente perturbado criada por Salinger). Após alvejar o ex-Beatle, esperou pela polícia lendo o livro na própria cena do crime.

Arrependimento

No entanto, numa audiência realizada em 2010, voltou atrás afirmando que o seu real objetivo era tornar-se famoso, transformar-se numa celebridade. “Senti que, matando John Lennon, tornar-me-ia alguém. Em vez disso, tornei-me um assassino, e os assassinos não são alguém”. Também reconheceu ter tomado “uma decisão horrível”. "Na altura achava que graças ao crime ficaria famoso, deixaria de ser um zé-ninguém".

  

John Lennon e o seu assassino Mark Chapman numa sessão de autógrafos.

 

Artigo publicado em Opera Mundi.

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