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Professores impedidos de assistir ao debate parlamentar sobre prova de avaliação

Cerca de cem professores foram impedidos de assistir ao debate parlamentar sobre a prova de avaliação. Cá fora, centenas de docentes cantaram “Grândola Vila Morena” e exigiram a demissão de Nuno Crato. Bloco questionou por que razão foi vedado o acesso aos professores e condenou a “desvalorização social e profissional” destes profissionais.
Foto de Tiago Petinga, Lusa.

"Queremos entrar" e "Fascistas" foram algumas das palavras mais ouvidas entre os cerca de cem professores que foram impedidos de assistir ao debate plenário sobre a prova de avaliação dos docentes e que se concentraram na porta lateral do Parlamento.

"Isto é a casa da democracia. O bom senso seria deixar-nos entrar. Não somos arruaceiros. Somos professores e sabemos estar", avançou Sandra Baptista, professora contratada há 18 anos, em declarações à agência Lusa.

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, pediu explicações à Presidente da Assembleia da República, Assunção esteves, sobre o impedimento de acesso de perto de uma centena de professores às galerias do Parlamento.

Assunção Esteves afirmou que "as manifestações são um direito lá fora, mas um crime" dentro do parlamento, contudo, garantiu o respeito pelo direito de acesso dos docentes às galerias do plenário da Assembleia da República.

Professores exigem anulação da prova e demissão de Nuno Crato

Centenas de professores concentraram-se em frente da escadaria da Assembleia da República para reivindicarem o fim da prova de conhecimentos que consideram ser "humilhante" para a classe, bem como para exigirem a demissão do ministro da Educação.

Empunhando vários cartazes, com frases como "Juntos contra a Prova", "Todos os Professores, Todos Iguais", e "Quem não tem os requisitos mínimos são os governantes. Já o provaram, estão chumbados", os professores entoaram palavras de ordem como "Crato Rua, a Escola não é tua", "demissão" e "mais um empurrão e o Crato vai ao chão". Durante a iniciativa, os docentes cantaram ainda a canção “Grândola, Vila Morena”, que tem sido uma presença constante nos protestos contra a política austeritária do governo PSD/CDS-PP.

Presente na ação, João Louceiro, do secretariado nacional da Fenprof, citado pela agência Lusa, frisou que "esta prova é um ataque ao sistema educativo".

Bloco condena desvalorização social e profissional dos docentes

O deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda frisou que a prova de avaliação é uma “humilhação e indignação” e uma tentativa de “desvalorização social e profissional dos docentes” que vem, igualmente, desautorizar as instituições de formação.

Segundo o dirigente bloquista, o governo está, na realidade, a criar uma “lista de seriação negativa” para posterior despensa de professores, na senda daquela que é a sua intenção de “diminuir todos os agentes educativos, em particular aqueles que estão na Escola Pública”.

No que respeita ao recuo do ministro Crato, que, na segunda feira, anunciou que apenas os professores com menos de cinco anos terão de realizar a prova, Luís Fazenda frisou que esta decisão é “um elogio à estupidez”.

“Em nome da honra dos professores temos de discutir a política, e este governo não o faz”, rematou Fazenda.

"Há professores que estão a ser impedidos de entrar na Assembleia da República"

"Esta prova de avaliação é uma humilhação e uma indignidade"

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