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“A crise é um estímulo para a OMC”, diz governante português em Bali

O secretário de Estado Bruno Maçães, que ficou conhecido na Grécia como “o alemão”, está na Indonésia a representar o país na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio. O Bloco de Esquerda participa na Semana de Ação contra a OMC, que abriu com uma manifestação em Bali (ver vídeo).
Manifestante em Bali protesta contra a cimeira da OMC. Foto Fully Handoko/EPA

“A crise tem sobretudo conferido um ímpeto enorme às negociações comerciais. Isso é verdade no caso da Organização Mundial do Comércio, onde estamos mais próximos de um acordo do que estivemos nos últimos dez anos, e é no caso das negociações com os Estados Unidos”, disse o secretário de Estado dos Assuntos Europeus à agência Lusa no fim do primeiro dia da conferência que debate o fim de algumas barreiras comerciais entre os 159 países-membros.

O secretário de Estado Bruno Maçães, que assumiu a pasta dos Assuntos Europeus com a entrada de Rui Machete para o governo, voltou a atacar a ideia de uma união dos países do sul da Europa contra a austeridade de Berlim e Bruxelas. Dias depois de ter sido humilhado pela imprensa grega, que o apelidou de “alemão” e “mais troikista que a troika”, o governante argumentou em Bali que essas divisões entre os países que têm beneficiado com a crise e os que se têm afundado com a troika são “absolutamente venenosas para o processo de integração europeia”, reconhecendo que o desemprego elevado nos países do sul terá efeitos permanentes e que tal será “um obstáculo muito difícil à convergência”. 

Citado pela agência Lusa, Maçães apelou a “mais solidariedade” para combater o desemprego na Europa e elogiou Durão Barroso por ter sido, no seu entender, “capaz de representar os interesses de todos os Estados e de agregar esses interesses”. O governante defendeu ainda que a prioridade europeia dos próximos dez anos se centre em “mais integração económica e sobretudo em setores fundamentais, como mercados financeiros, energia, mercado digital e transportes, áreas fundamentais onde não há essa integração”. 

Alda Sousa participa na Semana de Ação contra a OMC 

Sob o mote: "É tempo de derrotar o neoliberalismo", a delegação do GUE/NGL (grupo parlamentar europeu onde estão integradas as eurodeputadas do Bloco), inclui além da deputada Alda Sousa, os deputados Helmut Scholz (Alemanha) e Søren Bo Søndergaard (Dinamarca). O objetivo da ação é debater alternativas ao comércio livre e à OMC.

O Bloco na manifestação contra a OMC em Bali, Indonésia.

À partida para a Indonésia, Alda Sousa afirmou: "O recente tufão nas Filipinas e a horrível devastação que causou foi tragicamente contrastante com a já habitual indiferença dos líderes mundiais na COP19 perante os efeitos das alterações climáticas sobre as populações que, infelizmente, os conhecem bem demais. Precisamos de uma alternativa radical a esta forma de comércio, que respeite o ambiente e reforce a economia e a justiça sociais."

Além dos debates agendados, os deputados irão também reunir com vários deputados progressistas da Malásia, Coreia do Sul, Indonésia e Filipinas, e continuarão a chamar a atenção para a situação de Sombath Somphone, uma ativista que desapareceu no ano passado no Vietname.

Bali: manifestation en marge de la conférence de l'OMC

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