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Governante português “é mais alemão que os alemães”, diz imprensa grega

Bruno Maçães, secretário de Estado dos Assuntos Europeus, foi à Grécia participar num fórum sobre a crise europeia e a governação económica. Após o discurso, a imprensa grega atribuiu-lhe a alcunha de “alemão”, pela defesa acirrada que fez da política de austeridade imposta pela Alemanha.
“Politics is a hard business”, escreveu Bruno Maçães, o fervoroso adepto da austeridade alemã, em legenda a esta foto retirada da sua conta no Twitter: https://twitter.com/MacaesBruno/

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, esteve na Grécia para participar na conferência “Governação económica e crise europeia”, promovida pela Fundação Helénica para a Política Europeia e Estrangeira (ELIAMEP). Após o discurso, a imprensa grega atribuiu-lhe o cognome de “o alemão”.

O ex-assessor de Passos Coelho, promovido a secretário de Estado com a ida de Rui Machete para ministro, foi “mais troikano que os troikanos”, ao recusar uma frente unida dos países do sul contra a austeridade imposta por Berlim, e “mais alemão que os alemães” por “proclamar com paixão quão importante é a disciplina fiscal”, escreveu o diário grego “Ekathimerini”.

No dia seguinte à conferência, o editorial do diário “Ta Nea”, próximo do PASOK, elogiou de forma irónica a “boa solidariedade” do também ex-professor universitário em Berlim, e a forma competente com que “fez de alemão”.

Na sua intervenção, Bruno Maçães demonstrou a sua proximidade à política europeia de Angela Merkel, recusando qualquer ideia de unidade entre os países do Sul, estejam intervencionados ou não, dizendo ainda que as questões fiscais da União Europeia devem ser resolvidas na esfera nacional.

Confrontado com as críticas, o secretário de Estado escreveu em inglês na sua conta do Twitter: “A esquerda grega chama-me 'alemão'. Oh, não!".

Um jornalista grego, ouvido pelo jornal i, disse que os gregos ficaram “verdadeiramente desiludidos porque tínhamos a expectativa de encontrar um amigo da periferia europeia, que se revelou um rigoroso académico sem qualquer solidariedade”.

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