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Milhares marcharam em Paris por "uma revolução fiscal"

Milhares de manifestantes juntaram-se em Paris, este domingo, em nome de uma “revolução fiscal” e contra a atual política de impostos do governo socialista do presidente François Hollande.
“Nós somos a manhã que se levantará em 1788!”, declarou Melénchon, fazendo um paralelo com a injustiça fiscal que levou à revolução francesa.

A manifestação, convocada pela Front de Gauche (Frente de Esquerda), que reúne o Parti de Gauche, o Partido Comunista Francês e outros agrupamentos da esquerda francesa, contou com cerca de 100 000 pessoas, segundo a organização. No entanto, a polícia diz que não estiveram presentes mais de 7000 manifestantes.

Segundo um comunicado do Parti de Gauche, os números da polícia são “absurdos” e foram “ditados” por Manuel Valls, ministro do Interior. A disparidade entre os dados demonstram “o medo que nós causamos neles”, afirmam.  

Os manifestantes agitaram bandeiras com as cores do Parti de Gauche, do PCF e da Front de Gauche e outros carregavam vassouras. Marcharam durante duas horas entre a Place d’Italie e Bercy, onde se situa a sede o ministério das Finanças, para expressar uma “oposição de esquerda” forte contra a política fiscal de Hollande.

À cabeça da manifestação, com uma faixa onde se lia “contra a injustiça fiscal, imposto sobre o capital e não ao aumento do IVA”, estavam os co-presidentes do Parti de Gauche, Jean Luc Mélenchon e Martine Billard, o secretário-geral do PCF, Pierre Laurent, Clementine Autain, dirigente da Front de Gauche, o ex-candidato presidencial da Lutte Ouvriére, Nathalie Arthaud. Olivier Besancenot do NPA e vários setores da central sindical CGT também participaram na ação de protesto.

“Somos pessoas de esquerda, somos altruístas e dói-nos por dentro ver que, quem como nós, sempre lutou pela igualdade, são de alguma forma marginalizados, e as pessoas que defendem interesses particulares ocupam o espaço todo”, disse Mélenchon à TF1, pouco antes do arranque da manif, em alusão ao protesto das “boinas vermelhas” que marcharam no sábado em Carhaix na Finisterra.

Mélenchon apelou aos seus parceiros da Front de Gauche e a “todas as forças sindicais, políticas e associativas” a juntarem-se a fim de “pensar em campanhas de mobilização pela anulação do aumento do IVA”, que deem corpo a uma “ação de massas” em janeiro de 2014.  

“O inimigo não é o imigrante, não é o funcionário, não é o trabalhador rebelde!”, defendeu no seu discurso de encerramento. “Nós não nos confundimos na raiva! O inimigo é só um: a finança francesa e globalizada que beneficia da corrupção e do sangue sem limites”.  

“Nós somos a manhã que se levantará em 1788!”, declarou o ex-candidato presidencial, fazendo um paralelo com a injustiça fiscal que levou à revolução francesa.

O sistema fiscal tem estado no cerne de um alargado descontentamento social em França, tendo dado origem a vários protestos e movimentações diferentes.

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