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Governo americano desiste de processar Julian Assange

O Departamento de Justiça norte-americano deverá desistir de processar Julian Assange, fundador da Wikileaks, por ter relevado documentos classificados como secretos, segundo a edição desta terça-feira do The Washington Post.
Para mover um processo contra Julian Assange o departamento de justiça americano teria que acusar todos os jornalistas que escreveram notícias com base em informações divulgadas pela Wikileaks.

A administração Obama terá chegado à conclusão que processar Assange implicaria acusar também os jornalistas e os meios de comunicação social americanos que divulgaram os documentos e se basearam neles para produzir notícias, o que não irão fazer, segundo o jornal. Assim, adianta o Post, só poderá ser processado se surgir uma outra acusação criminal.  

Assange teria que ser processado "por algo diferente da publicação de informações, como invadir uma rede", disse à AFP o ex-porta-voz do Departamento de Justiça, Matthew Miller. "Parece que nunca encontraram algo assim", prosseguiu, apesar da investigação já durar quase três anos.

Segundo Miller, a situação de Assange é semelhante à de Glenn Greenwald, ex-jornalista do jornal inglês do The Guardian, que escreveu as principais notícias sobre a espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança), baseadas em informações fornecidas por Edward Snowden.

No início do mês de novembro, Eric Holder, procurador-geral dos EUA, disse numa entrevista ao Washington Post que o Departamento de Justiça ainda está a tentar repatriar Snowden, mas que não tinha intenção de processar Greenwald.

Snowden e Chelsea Manning são vistos como criminosos pela justiça americana por terem fornecido informação confidencial, ao contrário de Assange que se limitou a publicar e denunciá-la, explica o jornal.

O fundador da Wikileaks está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 19 de junho de 2012, para não ser extraditado para a Suécia.

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