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Presidente da Cáritas: Em Portugal governa-se para “clientelas e grupos corporativos fortes"

O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, afirmou este domingo que não percebe “como é que as `migalhas´ do RSI (Rendimento Social de Inserção) foram consideradas tão importantes, ao mesmo tempo que se considera que as `migalhas´ dos mais ricos não são tão significativas".

Conforme adiantou Eugénio Fonseca, "muitas vezes se governou para clientelas, para grupos corporativos fortes, que foram altamente favorecidos, beneficiados. Basta ver que até o Orçamento de Estado que está para aprovar tem cortes preconizados para determinadas classes, mas dispensa outras que estão no mesmo regime da Função Pública”. “Isto é inadmissível”, frisou o representante da Cáritas.

"O que nos falta a todos é esse sentido do bem comum. Se assim fosse, talvez alguns quisessem renunciar às duplas reformas que têm, talvez aceitassem baixar agora os lautos rendimentos que têm", defendeu.

Questionado pela agência Lusa sobre o argumento de que os cortes nos rendimentos mais elevados, por incluírem um universo muito mais restrito, podem ser irrelevantes para o Orçamento de Estado, Eugénio Fonseca sublinhou que "gota a gota se fazem os oceanos”.

“Isso é uma falsa questão. Não percebo como é que as `migalhas´ do RSI (Rendimento Social de Inserção) foram consideradas tão importantes, ao mesmo tempo que se considera que as `migalhas´ dos mais ricos não são tão significativas", destacou.

“Não sei é se temos feito bem a geografia financeira para ir buscar o dinheiro onde ele está de facto e, sobretudo, para o ir buscar onde ele foi colocado indevidamente", acrescentou o presidente da Cáritas.

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