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Novo naufrágio no Mediterrâneo mata 50 imigrantes

Barco que transportava 250 pessoas vindas da Líbia afundou a pique. Entre as vítimas estão 10 crianças. Águas estão a tornar-se num cemitério, adverte o primeiro-ministro de Malta.

Cerca de 50 imigrantes, incluindo uma dezena de crianças, morreram num novo naufrágio que ocorreu sexta-feira a sul das ilhas de Malta e de Lampedusa. Cerca de 250 imigrantes viajavam no barco que, segundo testemunhas, afundou a pique.

Navios da marinha italiana e de Malta recolheram muitos dos sobreviventes e, enquanto estes não chegavam, helicópteros malteses lançavam salva-vidas à água.

Cemitério

O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, advertiu que as águas do Mediterrâneo estão a transformar-se num autêntico “cemitério” e que o país se sente abandonado pelo resto da Europa. “Neste momento os políticos estão a pensar em apertar as regras da migração. Para nós, a maior preocupação são estas pessoas no mar”, afirmou.

“Não sei quantas mais pessoas precisam de morrer no mar até que algo seja feito. Vamos garantir que a nossa voz é ouvida durante o próximo Conselho Europeu. As regras têm de ser alteradas, não importa se são mais apertadas ou não, o facto é que as coisas não estão bem e têm de ser resolvidas”, disse.

O novo naufrágio no estreito da Sicília ocorre uma semana depois de uma das maiores tragédias marítimas da história recente ao largo de Lampedusa: um incêndio a bordo de um barco proveniente da Líbia provocou a morte a pelo menos 339 imigrantes.

Estatística macabra

Desde 1990, mais de 8.000 cadáveres foram parar às costas da ilha de Lampedusa. Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, desde o início de 2013, Malta e Lampedusa acolheram 32.000 pessoas, das quais dois terços solicitaram asilo posteriormente.

A presidente da câmara de Lampedusa disse na semana passada, dirigindo-se ao primeiro-ministro Enrico Letta: “O mar está cheio de mortos. Venha aqui ver o horror face a face. Venha contar os mortos comigo.”

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