“Como é público, e do conhecimento de todos, o Dr. Rui Machete foi accionista da SLN entre 2000 e 2007 e, portanto, não podia ter informado a Comissão de Inquérito, em 2008, que nunca tinha sido accionista da SLN”, adiantou o dirigente bloquista durante uma conferência de imprensa que teve lugar na Assembleia da República.
“Esta mentira está documentada e provada de forma irrefutável. Aliás, durante o debate parlamentar em que se debateu este assunto não houve ninguém, um só deputado, que contestasse a natureza falsa da afirmação do Dr. Rui Machete”, frisou.
Segundo João Semedo, "politicamente, a situação é bastante clara”. “Há um cidadão que mentiu ao Parlamento. As provas são irrefutáveis. A República Portuguesa não se defende tendo mentirosos no Conselho de Ministros", sublinhou o deputado do Bloco, acusando o PSD e o CDS de preferirem “proteger um ministro a proteger a verdade”.
“O Bloco de Esquerda, perante o voto do PSD e do CDS, que impediu que o Parlamento participasse sobre a falsa informação do Dr. Rui Machete, decidiu concretizar essa participação ao Ministério Público, cabendo agora a essa entidade apurar a responsabilidade penal que possa existir”, esclareceu o dirigente bloquista, salientando que o Bloco “tomou esta iniciativa em defesa da reputação do Parlamento e em defesa da credibilidade das comissões de inquérito”.
“Não é possível ficar de braços cruzados quando, de forma tão irrefutável, se verifica que um cidadão mente ao Parlamento e mente a uma Comissão de Inquérito. Nós não aceitamos isso e, em conformidade, acabámos de participar a presente situação à Procuradoria-Geral da República, solicitando a averiguação da responsabilidade penal que possa estar em causa na falsa informação prestada pelo Dr. Rui Machete à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o BPN”, rematou o coordenador nacional do Bloco.
