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Protesto internacional exige libertação de ativistas do Greenpeace

O governo russo quer acusar de pirataria os 30 ativistas presos a 19 de setembro, num protesto da Greenpeace contra a exploração de petróleo no Ártico. Este sábado, realizaram-se concentrações em dezenas de países para exigir a sua libertação imediata.
O protesto pela libertação dos 30 ativistas também passou esta semana pelo estádio do Basileia, no jogo de futebol da Liga dos Campeões, patrocinada pela Gazprom.

O protesto em Lisboa foi convocado por várias associações ambientalistas, como a Quercus, LPN, Geota, FAPAS, SPEA e GAIA e decorreu em frente à embaixada russa na capital. Estas associações defenderam em comunicado que "a verdadeira ameaça ao Ártico não vem dos ativistas que realizam protestos pacíficos em defesa do bem comum, mas de companhias petrolíferas que insistem em desenvolver a sua atividade em locais que devem ser preservados, no sentido de garantirem a manutenção de serviços ambientais fundamentais para a qualidade da vida no nosso Planeta".

Os participantes exigiram a libertação dos 30 ativistas e o seu pleno acesso a assistência legal e consular enquanto permanecerem detidos, bem como o fim das ações de "intimidação agressiva do ativismo pacífico por parte do Governo Russo" e o fim da exploração de petróleo offshore no Ártico, que foi afinal o motivo do protesto que acabou nas cadeias russas.

"É o maior ataque à Greenpeace desde a bomba no Rainbow Warrior"

Detidos a 18 e 19 de setembro, quando a Guarda Costeira russa entrou a bordo do Artic Sunrise em águas internacionais, os ativistas souberam que iriam ficar presos durante dois meses. Agora  enfrentam acusações em tribunal pelo crime de "pirataria", que é punido até 15 anos de prisão. 

A resposta do movimento para alargar a solidariedade foi este dia de protesto em 45 países, incluindo várias cidades russas. Segundo a Greenpeace, mais de um milhão de cartas já foram entregues nas embaixadas russas nas últimas duas semanas. Segundo a agência France, o protesto deste sábado juntou mais de mil pessoas em Londres, incluindo o ator Jude Law e os músicos Paul Simonon (The Clash) e Damon Albarn (Blur). Um número semelhante reuniu-se em frente à embaixada russa em Haia. Como o navio viajava com bandeira do seu país, o governo holandês vai contestar nos tribunais a legitimidade da ação da Guarda Costeira russa. 

Para o diretor internacional da ONG ambientalista, a ação das autoridades russas são o maior ataque à Greenpeace desde o atentado dos serviços secretos franceses em 1985 contra o Rainbow Warrior, o navio emblemático da organização, que conetstava então os ensaios nucleares na Polinésia. Para Kumi Naidoo, "os ativistas agiram corajosamente para nos proteger a todos das alterações climáticas e os perigos da exploração imprudente de petróleo no Ártico", protagonizado por empresas como a Gazprom - em cuja plataforma o protesto aconteceu - e a Shell, entre outras. 

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