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Quercus: "Impacto das alterações climáticas em Portugal é alarmante"

O relatório dos cientistas do IPCC divulgado na semana passada prevê que no fim deste século seja mais difícil sobreviver na Europa do Sul, com menos água e alimentos, mas mais incêndios e extinção de espécies. A Quercus defende que o Governo e a UE devem reforçar os objetivos no combate às alterações climáticas.
Menos água e agricultura, mais subnutrição e incêndios. Estas são algumas das previsões do IPCC para Portugal no fim do século XXI, se não se travarem as alterações climáticas.

O Painel Intergovernamental de Cientistas para as Alterações Climáticas (IPCC) reúne os melhores especialistas em ciência climática e vem alertando nos últimos anos para as consequências devastadoras das alterações climáticas provocadas pela ação humana. No relatório agora divulgado, o IPCC prevê uma subida da temperatura média no planeta poderá subir 4,8 graus Celsius até ao fim do século, provocando uma subida do nível das águas do mar até 82 centímetros. 

Em comunicado, a Quercus destaca os efeitos previstos para a região do Sul da Europa e Mediterrâneo, que inclui Portugal, nos últimos 20 anos do século XXI. As conclusões dos cientistas apontam para a extinção de 60% a 80% das espécies nesta região, mesmo que o aumento da temperatura médica não vá além dos 2 graus Celsius. "Os caudais anuais de água devem diminuir no Sul da Europa e Mediterrâneo até 40%", prossegue a Quercus, destacando ainda a diminuição da precipitação total, embora passe a ser mais concentrada, aumentando o risco de inundações e de incêndios florestais nas estações quentes.

Este fenómeno deverá levar a uma diminuição das culturas agrícolas "entre 15% a 20% em toda a região mediterrânea, com um aumento esperado de conflitos relacionados com a segurança alimentar", sublinha a associação ambientalista, aumentando entre 25% e 90% o número da população subnutrida nesta região da Europa. "O PIB irá diminuir 5 a 10% com os custos relacionados com a adaptação às alterações climáticas e 14% sem adaptação, devido à subida do nível do mar", acrescenta a Quercus.

Para enfrentar este problema, a Quercus defende que "a UE deve aprovar uma redução de 40% de gases de efeito de estufa até 2020, reforçar objetivos obrigatórios para as energias renováveis e eficiência energética, bem como estabelecer objetivos para 2030 e 2050", e lamenta que a ambição europeia nesta matéria tenha "esmorecido nos últimos cinco anos".

"O risco dos efeitos catastróficos de desnutrição, conflitos alimentares, incêndios florestais, inundações e extinção de espécies é demasiado elevado para não se tomar uma ação", defendem os ambientalistas, ao proporem "o corte nos subsídios aos combustíveis fósseis para que sejam adotadas medidas para um novo desenvolvimento baseado numa economia de baixo carbono, dentro e fora da União Europeia". 

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