O planeta aquece e as quedas d’água secam

01 de October 2013 - 22:53

Cerca de uma a cada dez quedas d’água dos EUA estão a secar, e a tendência é de piorar com o aquecimento, diz estudo da Universidade do Colorado. “Pela metade do século, a expectativa é que haja menos fontes superficiais de água em diversas partes dos EUA”, diz o coordenador do estudo, Kristen Averyt, diretor-associado de ciências do Instituto Cooperativo de Pesquisa em Ciências Meteorológicas de Colorado Boulder. Por Sarah Lazare

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Queda d'água no Alaska, EUA. Foto de Arthur Chapman

É chocante a estatística que diz que uma em cada dez quedas d’água nos EUA está em estado de “tensão”, já que a alta procura nacional por água excede em muito a capacidade de a natureza prover. E a tendência é de piorar, à medida que o clima continua a aquecer, afirma um alarmante estudo da Universidade de Colorado.

“Pela metade do século, a expectativa é que haja menos fontes superficiais de água em diversas partes dos EUA”, diz o coordenador do estudo, Kristen Averyt, diretor-associado de ciências do Instituto Cooperativo de Pesquisa em Ciências Meteorológicas de Colorado Boulder.

Os pesquisadores avaliaram oferta e procura de água para todas as 2.013 quedas d’água nos EUA continental e verificaram que 193 já estão sob “tensão”, o que quer dizer que elas simplesmente não são mais capazes de fornecer a quantidade de água correspondente à necessidade.

Eles também verificaram a tensão extrema sobre a água superficial entre 1999 e 2007, e usaram esses dados para prever os padrões futuros. O prognóstico não é bom. “As temporadas em que as águas mais baixaram recentemente – em tempos em que houve muita procura sobre os rios e outros corpos de água – vão ser cada vez mais a regra, e não a exceção, à medida que o clima aquece”, diz uma declaração no estudo.

Em grande parte dos EUA, a maior procura por água vem da agricultura. No entanto, cidades grandes, bem como centrais de energia que precisam de água para resfriamento, podem também ter muita influência nessa procura excessiva de água. Isso deixa o Oeste dos EUA particularmente vulnerável, pois a margem entre procura e oferta é muito pequena, numa região que depende de água importada e armazenada.

Os autores alertam que a crise da água só vai piorar com o aquecimento global. “Projeções futuras de procura e oferta de água variam muito de acordo com a região, mas está claro que as mudanças climáticas provocam aumento nacional da procura de água e diminuem a oferta”, diz o estudo.

Publicado na Carta Maior

Tradução: Rodrigo Mendes para a Carta Maior