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Semedo pede aos socialistas para pensarem no que Seguro fará com os seus votos

Num jantar que reuniu centenas de apoiantes da candidatura bloquista em Salvaterra de Magos, João Semedo respondeu às ameaças de Passos Coelho de lançar o país "num buraco ainda maior" com o segundo resgate. Aos socialistas, pediu que pensem bem naquilo que Seguro irá fazer com os votos que conseguir no dia 29, porque é provável que os use para procurar consensos com o Governo e Cavaco Silva.
João Semedo interveio no jantar-comicio em Salvaterra perante cetenas de apoiantes da candidatura bloquista.

"Não me recordo de uma campanha eleitoral em que os partidos que governam, o próprio Governo, em vez de debater, esclarecer, faz exatamente o contrário: espalha a confusão, todos os dias", afirmou João Semedo, colocando em contraste as declarações de Paulo Portas "que diz que o país está a sair do buraco", e as do primeiro-ministro, que "pelo contrário, ameaça-nos com um buraco ainda maior, o do segundo resgate".

"Pedro Passos Coelho usa o segundo resgate para nos pressionar e chantagear, mas também para justificar a brutal austeridade que se prepara para aplicar ao país em 2014", previu o coordenador bloquista, considerando que "quanto mais tempo governarem Passos Coelho e Paulo Portas, mais perto estaremos de um segundo resgate". 

Num discurso perante centenas de apoiantes em Marinhais, no concelho de Salvaterra de Magos, Semedo comentou os números da execução orçamental, destacando o "aumento brutal da receita do Estado com IRS", que disparou 30%. "É caso para dizer ao ministro Paulo Portas que o que está a reanimar não é a economia, mas sim o imposto que é sacado a cada português que trabalha", prosseguiu Semedo, concluindo que "na retoma do IRS e no grande aumento de impostos está o dedo e a mão de Paulo Portas e do CDS, o antigo partido do contribuinte".

O coordenador bloquista sublinhou ainda a "novidade" deste dia de campanha eleitoral, com Pedro Passos Coelho e Paulo Portas juntos em Sintra. "Ambos ficaram calados. Pela primeira vez um não disse uma coisa e outro o seu contrário. Conclusão: a melhor maneira de os calar é pô-los um ao lado do outro". "Só estão coesos quando estão calados", disse João Semedo, esperando que a decisão dos eleitores no dia 29 de setembro possa ajudar a calá-los de vez.

"Governo quer fazer da miséria um negócio"

A proposta do Governo anunciada esta terça-feira para a criação de "gestores das famílias carenciadas" também não escapou à crítica de Semedo. O coordenador do Bloco lembrou todos os cortes nos rendimentos dos trabalhadores e nos apoios sociais feitos por este Governo, que agora anuncia que vai financiar diretamente as instituições de solidariedade social. "Os mais pobres não têm dinheiro, mas passam a ter gestores. É esta a política de Passos Coelho e Paulo Portas: não há dinheiro para a solidariedade social, mas há dinheiro para transformar a miséria num negócio", acusou João Semedo.

Dirigindo-se aos eleitores socialistas, João Semedo lembrou que "nós não nos sentamos à mesa com o Governo a negociar um bocadinho menos de austeridade" e que em julho propôs ao PS um conjunto de debates sem condições à partida. "Mas António José Seguro rejeitou essa conversa e preferiu andar uma semana a negociar com a direita", recordou Semedo, antes de perguntar "quantos votos no PS irão ser usados por António José Seguro para dar força a consensos com o Governo?", numa altura em que Cavaco Silva voltou a pressionar para o alargamento da base de apoio às atuais políticas de austeridade e empobrecimento. 

"No dia 29, não é apenas importante derrotar a direita. É preciso também dar força à esquerda que se bate pelo diálogo, convergência, diálogo, entendimento, que se bate por um governo de esquerda capaz de tirar o país da crise", concluiu Semedo.

Manuel Neves quer prosseguir um trabalho autárquico com provas dadas

Neste comício intervieram também os candidatos ao município de Salvaterra. Ana Cristina Ribeiro, atual presidente da Câmara que atingiu o limite de mandatos, fez o balanço do seu executivo nos últimos 16 anos. Começou por lembrar aos presentes que quando chegou à Câmara, a anterior gestão do PS tinha deixado 5 milhões de euros de prejuízo nas contas. Na hora da despedida, e depois de ter investido 50 milhões de euros ao longo de três mandatos, a Câmara de Salvaterra tem hoje uma dívida de 2 milhões de euros, o que a coloca num dos lugares de topo em termos de saúde financeira das autarquias de todo o país. 

Em seguida interveio Manuel Neves, o candidato do Bloco às eleições de dia 29 que promete dar sequência ao bom trabalho da equipa que agora termina o seu mandato e que sempre conquistou a confiança da população de Salvaterra de Magos. "Somos gente séria, somos gente que trabalha e faz obra real e concreta no terreno, fazendo crescer e desenvolver o concelho e dando qualidade de vida às nossas pessoas. Não é obra virtual, é visível e está à vista das pessoas", afirmou o candidato. 

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