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Cheque ensino – negócios for the boys
Usar os dinheiros do Estado (os impostos de todos nós) para garantir lucrativos negócios privados, é a tarefa essencial desta direita fundamentalista que nos governa… No meio do intenso bombardeamento com a cassete da austeridade, o recente anúncio do cheque ensino, põe a nu os reais objetivos dos talibans do saque aos dinheiros públicos, atualmente no poder. Para as negociatas o dinheiro não falta…
Com o cheque ensino, o que aconteceu com o grupo GPS seria a regra… Crato seria o ídolo da voraz clientela sempre na busca de um bom negócio privado com o dinheiro do Estado, ao mesmo tempo que quebrava a espinha a esses subversivos professores da escola pública…
Ficam evidentes as prioridades deste governo: o favorecimento do ensino privado, com o consequente enfraquecimento da escola pública e a submissão a interesses privados de empresários da educação. À escola pública deve-se retirar-lhe recursos, empobrecê-la, desarticulá-la, visando abrir maior espaço ao negócio do ensino privado.
O cheque ensino anunciado pelo governo é uma medida meramente ideológica e sem qualquer fundamentação científica, sociológica ou sequer económico-financeira que a justifique.
É ilusória e falsa a “liberdade de escolha das famílias” de que fala o ministro, até porque o cheque ensino não irá cobrir toda a despesa das escolas privadas: estas, agora com maior ajuda do Estado, escolherão os alunos que melhor entenderem, deixando de fora os alunos com necessidades educativas especiais ou pertencentes a famílias mais pobres.
Os alunos só irão para a escola que querem, se a tal escola os quiser ter lá. Com base nisto, haverá um sério risco de as escolas privadas só escolherem os melhores alunos (a lógica dos rankings assim o exige), ficando os piores de fora, na escola pública.
A transformação da oferta educativa em negócio, o aumento das desigualdades já existentes com prejuízo para os mais desfavorecidos e a pauperização da escola pública são consequências facilmente previsíveis. É a bandeira dos que defendem uma sociedade bem estratificada, baseada num quase 'apartheid' social, sem possibilidade de misturas de classes.
Mas haveriam excelentes negócios for the boys…
Comments
Só existirá fuga para os
Só existirá fuga para os privados se a escola pública não conseguir cativar os alunos e os pais, ou seja, se a escola pública tiver um ensino de qualidade e excelência não haverá "necessidade" ou incentivo a recorrer ao ensino privado.
A preocupação da sociedade em geral deveria ser de garantir um serviço público de educação de excelência, e essa preocupação eu, de uma forma geral, não a encontro.
Existe grande preocupação com os valores que os privados poderão vir a encaixar, mas não vejo preocupação em conseguir um serviço de qualidade no ensino público, como já existiu.
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