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“Governo chumbou no exame que ele próprio escolheu”

Catarina Martins recorda que todos os ataques do governo aos serviços públicos, ao emprego, aos salários e pensões foram feitos em nome de um objetivo: o regresso aos mercados. Mas no dia marcado, 23 de setembro de 2013, isso não aconteceu. “O governo chumbou redondamente no exame para o qual escolheu a data e as condições. E está mergulhado na desorientação completa”.
Catarina Martins: A marca deste governo é o ataque às construções solidárias da democracia. Foto de Paulete Matos

Num jantar da campanha autárquica do Bloco de Esquerda em Évora, a coordenadora do Bloco de Esquerda começou por denunciar a situação de caos em que estão mergulhadas as escolas, mais de uma semana depois da abertura do ano escolar. “É verdadeiramente intolerável que hoje, dez dias depois da abertura oficial do ano letivo, haja tantas turmas sem professores quando nós sabemos de tantos professores que estão sem emprego”, disse Catarina Martins. “Sabemos que o que este governo quer fazer é retirar recursos à escola pública para os dar à escola privada, como o cheque ensino”, afirmou.

Para a deputada do Bloco, a política de Nuno Crato para a escola pública mergulhada no caos “é tornar esta numa escola frágil para quem mais precisa, dando todos os benefícios à escola privada para quem pode. A marca deste governo é o ataque às construções solidárias da democracia, como a Escola Pública, instrumento da igualdade, construída com a democracia por quem trabalha; o SNS, instrumento igualdade, construído por quem trabalha”.

Catarina Martins recordou que todos os ataques do governo aos serviços públicos, ao emprego, aos salários e pensões foi feito em nome de um objetivo: o regresso aos mercados. “Mas no dia marcado, 23 de setembro de 2013, Portugal não voltou aos mercados. O governo chumbou redondamente no exame para o qual escolheu a data e escolheu as condições. E está mergulhado na desorientação completa”.

Portugal tem de escolher: entre os juros e as pensões; entre a dívida e os salários

Antes, Francisco Louçã já comentara as eleições na Alemanha, lembrando que Berlim ganhou 40 mil milhões de euros com as crises da dívida de Portugal, da Espanha, da Grécia, da Espanha, da Irlanda, da Itália. “Os alemães estão a dever 40 mil milhões de euros aos povos da Europa do Sul”, disse, recordando que o Partido Socialista da Alemanha (SPD) se ofereceu imediatamente para voltar ao governo de Merkel, governo onde já tinha estado, para aplicar as mesmas medidas de austeridade, as mesmas medidas de ataque aos trabalhadores e aos pensionistas. Louçã insistiu que na Alemanha como em Portugal “é preciso umas esquerda nova, uma esquerda de valores, uma esquerda que ande no terreno e que lute pelos direitos de quem trabalha.”

Draghi ameaça Portugal

O dirigente do Bloco afirmou que nesta grande aliança por uma Europa pequenina, contra os povos, persecutória, de destruição, sempre vão dizer que não se pode fazer diferente. “Mário Draghi veio dizer que os mercados estão nervosos e advertir que 'vocês não podem irritar os mercados'.” Mas o dinheiro que o governo quer roubar, sob o mando da troika, às pensões não chega a ser 1/20 avos do que o governo se comprometeu a pagar em dívida ao longo do ano 2014, denunciou o professor de Economia. Por isso, a finança quer mais, o Draghi quer mais e Portugal tem de escolher: entre os juros e as pensões; entre a dívida e os salários.

A água para beber é vital”

Por sua vez, a candidata do Bloco à Câmara de Évora, Maria Helena Figueiredo, atacou a gestão do PS da autarquia, nomeadamente o seu endividamento, mas principalmente o negócio ruinoso da entrega da água a privados. "Água para encher piscinas é um luxo, e deve ser pago, mas a água para beber é vital", afirmou. Maria Helena Figueiredo salientou a importância da entrada do Bloco na vereação de Évora.

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