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Fectrans: Fraude nos transportes deve-se a “política cega de redução de trabalhadores”

A Federação de Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) adianta, em comunicado, que “o aumento da fraude nas empresas de transportes na região de Lisboa” está associado ao “aumento das dificuldades das pessoas” e também à “política cega de redução de trabalhadores, nomeadamente em áreas operacionais das empresas”.
Foto de Paulete Matos.

Reagindo aos dados avançados pela Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa (AMTL), citados pelo jornal Público, que apontam que "a fraude está a custar mais de oito milhões de euros por ano aos transportes públicos de Lisboa", a Fectrans refere que “o combate à fraude faz-se também com uma fiscalização eficaz, com trabalhadores efetivos das empresas de transportes, o que tem sido posto em causa pela redução de postos de trabalho”.

“As notícias de hoje referem o aumento da fraude nas empresas de transportes na região de Lisboa, situação que não pode ser desligada do aumento das dificuldades das pessoas e também, como várias vezes temos denunciado, da política cega de redução de trabalhadores, nomeadamente em áreas operacionais das empresas”, sublinha a Federação em comunicado.

No documento, a estrutura sindical lembra que “no Metropolitano de Lisboa são apenas 16 trabalhadores na área da fiscalização quando já foram 52” e “na Carris, hoje, são apenas 35”. Já na CP “existe apenas um revisor por comboio (composto por duas unidades independentes), foram reduzidas brigadas de fiscalização”.

“A redução de trabalhadores nas áreas de fiscalização, para além de estar inserida numa redução de custos sempre à custa do fator trabalho, tem também como objetivo criar as justificações para a substituição dos trabalhadores das empresas por empresas de segurança privada”, denuncia a Fectrans.

Ainda que alertando que “é preciso apurar a diferença de números indicadas pelo estudo da ATML e das empresas e se o estudo não ocorreu numa altura anómala”, a Federação de Sindicatos dos Transportes e Comunicações sublinha que, “de qualquer forma, os prejuízos indicados como resultado da fraude, dão bem para criar os postos de trabalho necessários para uma fiscalização eficaz e, certamente, seria um ótimo investimento para as empresas.”

O relatório sobre as fraudes nas validações elaborado pela Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa (AMTL) foi encomendado pelo governo e conclui que a taxa média de fraude na Carris é de 15,2% , provocando prejuízos mensais superiores a 400 mil euros, e nas 18 estações do Metro em análise é de 1,1%. Nas duas estações da CP tidas em conta, o nível de infração é de 2,3%.

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