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Falso ou Falso? A verdade vs as citações da ministra
Desde o conteúdo da pasta de transição ao custo para os cidadãos, passando pela sua atuação na REFER, o que a ministra diz regularmente não corresponde à verdade. Vamos fazer o teste.
- “[Os swaps da Refer] foram sempre inteiramente adequados e transparentes”. Verdade ou Mentira? Mentira.
Mesmo o relatório de auditoria pedido pelo Governo classifica as operações de Maria Luís Albuquerque como especulativas. Uma das transações com a JP Morgan foi classificada com o grau de risco de 3 e uma com o Bank of America com o grau de risco de 4. A StormHarbour considera que todos os swaps com grau de risco acima de dois são especulativos.
- “Isto [a negociação com os bancos] não custou dinheiro aos contribuintes”. Verdade ou mentira? Mentira. Como vemos pelo texto ‘Quanto custaram os Swaps’ deste dossier, a fatura com os swaps ultrapassa já os mil milhões de euros
- “Desde que este Governo entrou em funções, não foram realizadas operações desta natureza”. Verdade ou mentira? Mentira. O Governo aprovou a transferência do financiamento do TGV, no valor de 600 milhões de euros, para a Parpública, a empresa que gere as participações do Estado. O Ministério das Finanças tem autorização a esta transferência, bem como à passagem do swap associado ao financiamento. A operação registava uma perda potencial de 134 milhões de euros, em Março deste ano.
- “Se tivesse sido alertada a 30 de Junho era capaz de ter actuado um pouco mais cedo”. Verdade ou mentira? Mentira. Maria Luís Albuquerque tentava escudar-se no desconhecimento do processo, do qual fez parte, para justificar o facto de ter deixado duplicar as perdas potenciais com os swaps para mais de 3 mil milhões de euros. A verdade, é que no dia em que tomou posse, a 28 de Junho de 2011, teve uma reunião com o diretor-geral do Tesouro e Finanças, que no dia seguinte lhe enviou um email com uma série de documentos sobre o assunto.
- “Com certeza que não andei a empurrar com a barriga”. Verdade ou mentira? Mentira. Enquanto o Governo estava ocupado a cortar o rendimento aos trabalhadores, a facilitar despedimentos e a vender empresas públicas para pagar aos bancos, o problema dos swaps ficou na gaveta. Entretanto, o tamanho do problema agigantou-se e as perdas potenciais dispararam para mais de 3,3 mil milhões de euros, mais do dobro das registadas quando o Governo tomou posse. Entretanto, foi elogiando gestores públicos envolvidos no escândalo, incluindo aumentos salariais e de responsabilidades. O caso do ex-presidente da Carris, Silva Rodrigues, é o mais notório. O Governo elogiou-o, indicou-o como gestor modelo, entregou-lhe a gestão do Metro de Lisboa a somar à da Carris e preparava-se para lhe entregar a da Transtejo. Já em 2013 elogiou a sua gestão. Um mês mais tarde, despede-o, dizendo que esteve envolvido na contratação de swaps tóxicos. Porquê? Porque só nessa altura começou realmente a trabalhar sobre o assunto.
- “Todos os contratos que tinham opções de vencimento antecipado já foram extintos”. Verdade ou mentira? Mentira. De acordo com o relatório da StormHarbour, o Citibank vendeu ao Metro de Lisboa um swap com uma cláusula de vencimento antecipado e nenhuma informação foi ainda prestada sobre esse contrato. Ao que tudo indica, continua ativo. Podem haver mais.
- Na passagem da pasta, não houve qualquer questão sobre derivados. Verdade ou mentira? Meia-verdade. A única informação na transição de pastas estava inscrita numa folha A4, que pouco avançava sobre este problema.
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