Louçã acusa o Governo de obsessão com o corte nos salários

02 de September 2013 - 14:48

Numa sessão pública em Santarém com a deputada grega Theano Fotiou e o candidato à Câmara Municipal Bruno Góis, Francisco Louçã acusou o Governo de obsessão com o corte nos salários e pensões e destruir o critério legal da “justa causa” no público e no privado quando cria a mobilidade da função pública como caminho para o despedimento.

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Na foto: Francisco Louçã, Bruno Góis e Theano Fotiou.

O candidato do Bloco à presidência da Câmara de Santarém Bruno Góis anunciou no passado domingo as oito medidas do Bloco para que a Câmara enfrente o problema da dívida e tenha capacidade para um apoio social de emergência.

Recordou que PS e PSD são igualmente “culpados”, responsáveis partes iguais pelo endividamento e a crise em Santarém, Bruno Góis apresentou as propostas financeiras alternativas do Bloco de Esquerda: 1)Renegociar o resgate financeiro (PAEL-PSF) pois custará 3.000 € a cada pessoa eleitora. O PAEL paralisa a Câmara, obriga o IMI e taxas municipais no valor máximo – só o Bloco votou contra;2) Moratória 2014/2018 ao pagamento de juros para conseguir 7,34 milhões euros; 3) Cancelamento parcial da dívida da Câmara com a devolução ao Estado: do Quartel da PSP, Presídio Militar e terrenos militares da Atalaia e Cortezes; 4) Extinção da Empresa Municipal Viver Santarém e reintegração dos serviços na Câmara; 5)Cortar em viagens inúteis e despesas de representação; 6) Vender a quota de capital no CNEMA; 7)Renegociar a absurda concessão de estacionamento; 8) Orçamento “base zero” (pensado do zero) para 2015 e reorganização dos serviços.

Realizada na Sala de leitura Bernardo Santareno, o tema geral desta sessão foi “a brutalidade da crise na vida das pessoas” e contou com sala cheia.

Francisco Louçã falou sobre o falhanço económico das políticas da troika, sobre como a dívida vai aumentando ao mesmo tempo que a política de austeridade destrói a economia. Louçã acusou o Governo de obsessão com o corte nos salários e pensões e destruir o critério legal da “justa causa” no público e no privado quando cria a mobilidade da função pública como caminho para o despedimento.

Theano Fotiou, deputada do segundo partido mais votado na Grécia (SYRIZA-Esquerda Radical), demonstrou como o seu país está na linha da frente da destruição social causada pela troika, mas também na linha da frente do combate por uma alternativa social e política de esquerda.

Na Grécia todos os desempregados estão sem acesso aos serviços públicos mas há um grande movimento popular de solidariedade que impulsionou desde hospitais sociais com médicos e enfermeiros voluntários até à venda direta dos agricultores nas cidades, distribuição de bens essenciais ou mesmo aulas de música gratuitas para as crianças.

No encerramento, Bruno Góis declarou que “das seis candidaturas à Câmara, a do Bloco de Esquerda é a única que leva a sério e que tem soluções para o grave problema que o endividamento da autarquia representa para Santarém”.