“O senhor primeiro-ministro hoje utilizou as pessoas que estão numa situação mais frágil e desesperada, são os desempregados, para tentar perguntar de que é que serve ao país ser uma democracia, ser um Estado de Direito.
Isto só pode ser o desespero de um primeiro-ministro, que sabe que a política que tem criado, só cria destruição e desespero”, salientou Catarina Martins em declarações à imprensa durante uma visita à feira de Corroios.
“Mas é também de uma gravidade tal, é criar um incêndio de populismo, que a frase do primeiro-ministro parece ficar melhor num cartaz da extrema-direita do que na boca de um primeiro-ministro de um Estado de Direito democrático”.
Passos Coelho acusou neste domingo, na sessão de encerramento da Universidade de Verão do PSD, o Tribunal Constitucional de “ter protegido mais os direitos adquiridos do que as gerações do futuro”. O Presidente do PSD chegou mesmo a questionar, numa tentativa de lançar os desempregados contra o trabalhadores da administração pública, se “alguém se lembrou de perguntar aos mais de 900 mil desempregados no país de que lhes valeu a Constituição até hoje”.
“Não é aceitável que se utilize o desespero para por em causa aquilo que são os pilares da nossa sociedade, a democracia, a liberdade de expressão e deve-se dizer também, o Estado Social”.
“A norma que incomoda tanto o senhor primeiro-ministro é aquela que o próprio Presidente da República percebe que não pode existir, que é poder-se despedir sem justa causa. O primeiro-ministro quer poder despedir a gosto”.