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Do outro lado dos dinossauros
Já muito foi dito sobre a limitação de mandatos e sem dúvida que um dos principais efeitos da eficaz ação do BE e de alguns movimentos tem sido o de irritar a epiderme frágil de alguns políticos do sistema. Luís Filipe Menezes, por exemplo, diz não perceber como é que um país inteiro vai atrás de um “partidozeco” com 5% dos votos. Esta aflição de Menezes com a democracia e os tribunais assemelha-o e muito a Rui Rio, incapazes que são, ambos, de superar o instinto autoritário e de argumentar com serenidade perante a adversidade. Mas a questão é outra: na verdade, o que deveria salientar-se é que o Bloco sempre combateu a corrupção; sempre se bateu contra a cumplicidade entre autarcas e empreiteiros; sempre denunciou os esquemas ilegais de financiamento partidário através dos pequenos/grandes negócios provenientes das autarquias. É isso que irrita Menezes e a comandita. A limitação de mandatos limita fortemente (não impede…) este tipo de lógicas.
Mas há outro aspeto que merece reflexão: Menezes está à frente nas sondagens; os candidatos de Isaltino também… Um articulista francês, Philippe Riès, dos media independentes, realçava esta similitude entre uma parte do eleitorado brasileiro e o português. Veja-se Oeiras: “rouba mas faz”, parece ser a lógica. Neste caldo de populismo, despolitização, exclusão social, alienação e clientelismo perpetua-se, mesmo num clima de suposta crítica ao regime, alimentada pela crise, o uso (a usurpação?) do podre poder. Não tenho dúvidas de que alguns dos “indignados” votam nestes candidatos!
Não é fácil combater este atavismo. Muitas vezes não temos os instrumentos (de conhecimento, de comunicação, de argumento) adequados. Mas não olhemos só para o diabo dos dinossauros. Eles existem porque consentimos.
Comments
Meu caro João Teixeira
Meu caro João Teixeira Lopes
Não poderia estar mais de acordo consigo.
Já se percebeu que apesar das decisões contraditórias dos vários tribunais,alguns Dinossauros (principalmente os excelentissimos) já tremeram e reajem com violência. É o Leão na Feira o Menezes no Porto etc. Estão por tudo. Se tivessem um pingo de vergonha, já teriam desistido das candidaturas face ás decisões dos tribunais, e disfarçado o apego ao poder. Eles gostariam lá no fundo, era de serem nomeados pelo partido,e não terem sequer a maçada de se sujeitarem ao escrutinio das eleições. Por issso é que vem a correr o Amorim "de" Viana para Gaia para tapar o furo, e vai o Seabra de Sintra para Lisboa e por ai fora. Sobre isto não pode haver duas posições. Ou começamos a correr com os donos do poder local, e o devolvemos à democracia, ou deixa-mo-lo entregue à corrupção.
O Bloco de esquerda está no caminho da razão. Não pode esmorecer com as críticas, que infelizmente surgem tambem na area da esquerda.
O facto de muitos desses Dinossauros continuarem a ser eleitos, mesmo
quando se lhes conhecem comportamentos desonestos, tipo rouba mas faz obra, resulta da influencia que ao longo dos anos vão exercendo sobre as Assembleias Municipais, colocando nas juntas de freguesia só os elementos do partido de estreita confiança, pondo-os a votar acarneiradamente naquilo que lhes interessa. Por isso é preciso gente nova nas assembleias, e acabar tambem com as oposições de faz de conta.
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Caríssimo João. O BE está
Caríssimo João. O BE está (porque é assim que deve ser) sujeito a críticas. Sou BE mas, não sou "ceguinho". O BE tem coisas boas (mais) e outras (menos) de quem nem S. António se lembraria. Apetece-me dizer (e digo) que o BE tem o seu período menstrual. Pois sim, que tenha. Mas, no período, não embrulhe... E, já agora, respeite os críticos! Os seguidores-cegos tendem a manter o status, os outros (seguidores-críticos) procuram guardar o bom, excluir o menos bom, apresentar alternativas ao excluído e, seguir com os olhos no presente, rumo ao futuro. O futuro, não sendo teu, será dos teus filhos e dos teus netos.
Abraço. Fica bem!
Vem ao encontro de um outro
Vem ao encontro de um outro artigo de opinião sobre o mesmo assunto que me enviou um amigo há dois dias. Perante a minha descrença nos "mesmos" que sempre por lá andam - "Um país sem rei nem roque.
Começo a não ter opinião sobre nada porque tudo muda conforme o vento (os interesses políticos) e não conforme a ética moral e social
Bem, também já me contradisse: afinal, acabo de dar a minha opinião ;)"
ao que ele me respondeu "Eu também não sou de me pronunciar ou tomar estas iniciativas de divulgar notícias politiqueiras, mas confesso que esta questão das autárquicas ultrapassa toda a desordem, pandemónio, obscuridade, mistifório, trapalhada, bagunça, eu sei lá que mais lhe chamar, que tenho visto nas politiquices do nosso país." Faço minhas as suas palavras e aposto no "mistifório". Mesmo quem se interessa, e tenta acompanhar minimamente, começa a perder o (N)norte.
Bingo. Já agora, nas vossas
Bingo. Já agora, nas vossas "sil′ly sea`son-forums", gostariamos todos que, em vez de discutitem tretas-do-arco-da-velha, analisassem o CALDO a que te referiste. Era bem mais profícuo e, muito menos chato! Num país cheio de Menezes, Rios, Amorims, Isaltinos e outros andróides não basta enxotá-los. É necessário extreminá-los! Se anda tudo dormente (falando no caldo) é preciso abanar, definitivamente, a panela.
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