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Trabalhadores da tv pública grega tentaram repor sinal de transmissão

A manifestação pacífica contra o encerramento da televisão pública grega juntou trabalhadores e apoiantes dos partidos da oposição junto ao transmissor desativado pelo Governo sem aviso no dia 11 de junho. Em seguida, um grupo de manifestantes terá conseguido entrar nas instalações e repor o sinal de transmissão, permitindo o regresso das emissões aos televisores de Atenas. Atualmente, a emissão produzida pelos trabalhadores que ocupam a sede da ERT é transmitida apenas pela internet, depois do governo da Nova Democracia e Pasok ter cortado o sinal dos satélites que a retransmitiam.
"Isto enfureceu os governantes, que mandaram polícia de choque para lançar a violência sobre os manifestantes pacíficos", disse o sindicato POSPERT em nota citada pelo blogue Keep Talking Greece (ver vídeo) . Quase dois meses depois do apagão da televisão pública, e apesar da decisão judicial a ordenar o restabelecimento do sinal, a situação mantém-se inalterada, com os trabalhadores a ocuparem as instalações e dispostos a não ceder ao que dizem ser uma ilegalidade: o plano do governo para reabrir a tv com poucos funcionários.
Em entrevista ao diário alemão Die Welt no início de julho, o ministro do Desenvolvimento grego admitiu que o encerramento da ERT foi feito apenas para agradar à troika, que exigia 4000 despedimentos até ao final do ano. "Não havia outra hipótese que não fosse a morte súbita da televisão pública", afirmou o ministro, acrescentando que o encerramento "mostrou a determinação do Governo em resolver os problemas na Grécia, apesar dos custos políticos". Na verdade, o apagão da ERT provocou uma onda de solidariedade dos jornalistas europeus e a maior crise política desde a tomada de posse do governo liderado por Samaras, que viu a sua coligação reduzida apenas ao Pasok.
Este fim de semana, um novo escândalo veio abalar o governo grego, com a imprensa a publicar que o ministro responsável pelo encerramento da ERT, Simos Kedikoglou, nomeara a sua namorada para trabalhar no seu gabinete. O mesmo ministro que condenara o nepotismo e compadrio na gestão da tv pública acabou apanhado por cometer os atos que criticara. A namorada demitiu-se imediatamente do cargo, mas Kedikoglou diz que está de pedra e cal no governo da troika.
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