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Ministra muda de ideias e vai à comissão de inquérito
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, vai esta terça-feira, 30 de julho, à comissão parlamentar de inquérito aos contratos de "swap", depois de ter afirmado que não tinha disponibilidade de agenda para comparecer pela segunda vez à comissão.
Antes, o antecessor da ministra, Vítor Gaspar, irá também falar à comissão, que se reunirá depois da votação da moção de confiança no governo.
A audição da ministra das Finanças foi aprovada depois dos requerimentos feitos pelos partidos da oposição. PS, PCP e Bloco tinham pedido a ida da ministra à AR com “carácter de urgência”. Os deputados querem esclarecer as afirmações da ministra, que garante que nada lhe fora transmitido sobre o caso aquando da transição de pastas. Ora Maria Luís Albuquerque foi desmentida por cinco personalidades envolvidas no processo dos “swaps”, incluindo o próprio Vítor Gaspar.
Recorde-se que Maria Luís Albuquerque, entre 2001 e 2007, foi diretora financeira da Refer, num período em que foram subscritos instrumentos de gestão de risco financeiro. Ainda enquanto secretária de Estado do Tesouro, ficou responsável por gerir o processo de gestão dos contratos “swap”.
Ministra tem muito a esclarecer
Os deputados querem esclarecer como é que a ministra pode continuar a afirmar que não tinha conhecimento da situação criada pela assinatura de contratos swaps, quando o ex-ministro Teixeira dos Santos e o seu secretário de Estado Carlos Costa Pina disseram ter informado a então secretária de Estado da situação. Além disso, foi noticiado um e-mail recebido em Julho de 2011 por Maria Luís Albuquerque, enviado pelo então líder da Direção-Geral de Tesouro e Finanças, Pedro Felício, com informações específicas sobre contratos de gestão de risco financeiro, pouco depois da tomada de posse. Foram trocados, além disso, e-mails sobre o tema no próprio dia da tomada de posse da então secretária de Estado, a 28 de Junho de 2011.
Para a deputada Ana Drago, do Bloco de Esquerda, Maria Luís Albuquerque mentiu ao parlamento e tentou sacudir a sua responsabilidade na gestão desastrosa do dossier dos contratos “swap” feita pelo governo.
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