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Ministra italiana da Integração está cansada de insultos racistas

Cecile Kyenge, a primeira negra que é ministra em Itália, está cansada de insultos e ofensas racistas, mas assegura que esses ataques não a farão desistir. Na passada sexta-feira, um grupo de extrema direita atingiu-a com duas bananas. Cecile Kyenge comentou no twitter: “Com tantas pessoas a morrer de fome por causa da crise é triste desperdiçar comida assim”.
Cecile Kyenge, a primeira negra que é ministra em Itália, está cansada de insultos e ofensas racistas, mas assegura que esses ataques não a farão desistir

Na passada sexta-feira, a ministra da Integração da Itália foi atingida por duas bananas durante uma festa do Partido Democrata, na cidade de Cervia, no nordeste da Itália. As bananas foram lançadas por militantes de extrema direita do movimento Força Nova.

Há cerca de duas semanas, o senador da Liga Norte, Roberto Calderoli, conhecido pelas suas opiniões racistas, comparou a ministra a um orangotango

Neste domingo, em entrevista ao jornal italiano “La Repubblica”, Cecile Kyenge, afirma:

"Não posso esconder que às vezes me sinto cansada da repetição de insultos tão graves. Não os esperava tão fortes, mas não me detenho, nem me concentro" a pensar neles.

A ministra da Integração de Itália refere ainda: "Tento olhar para a frente, pensar sobre as dificuldades que temos de suportar nesses eventos e sobre as melhores respostas que os políticos e a sociedade podem dar".

Cecile Kyenge, que é de origem congolesa, reconhece sentir preocupação com as suas duas filhas, de 20 e 17 anos, e diz que pensa também noutras minorias e nos imigrantes, que, ao contrário dela, não têm garantias de segurança e sofrem ataques em Itália.

Sublinhando que "não podia imaginar reações tão violentas", a ministra italiana da Integração defende que é preciso iniciar em Itália "um processo de reflexão". Cecile Kyenge denuncia que os ataques e os insultos de que tem sido alvo provêm também dos políticos italianos e realça que “noutros países europeus, como a Suécia, há ministros negros, mas não lhes acontece o que está a acontecer comigo em Itália”. Cecile Kyenge considera, no entanto, que "as reações a esses insultos, que vejo no país, acabam por unir a Itália 'boa' e, quem sabe, ajudar a despertar muitas dessas consciências que durante anos estiveram um pouco adormecidas".

A ministra frisa ainda que a Itália tem "um longo caminho a percorrer" sobre a avaliação da contribuição cultural que a imigração pode trazer ao país.

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