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The Economist: Portugal e Grécia “nas lonas”

Segundo o The Economist, apesar de a Grécia se encontrar numa situação ligeiramente mais grave, Portugal segue-lhe as passadas, falhando nitidamente no seu objetivo de se distanciar da realidade helénica.
Fotografia de Paulete Matos.

“Os custos de dois anos de austeridade incessante derrubaram a coligação governamental de Pedro Passos Coelho, provocando uma crise política”, escreve o The Economist, referindo ainda que “o abismo entre os partidos de centro-direita, no poder, e os socialistas é tão largo que as probabilidades de cumprirem o prazo auto imposto de 21 de Julho para chegarem a um acordo são pequenas”.

O artigo explica que o objetivo do Presidente da República, ao chamar PS, PSD e CDS à mesa das negociações, era garantir aos investidores e aos credores internacionais que os partidos continuavam comprometidos em implementar o programa de ajustamento acordado com a troika.

“Mas o perigo é que, depois de prolongar a crise política em Lisboa por mais algumas semanas, isso possa não levar a lado nenhum, deixando o país exactamente como estava: governado por uma coligação instável e em risco de enfrentar uma eleição antecipada com resultados imprevisíveis”, avança a publicação.

O The Economist recorda as previsões do Banco de Portugal relativamente ao consumo privado e à atividade económica, frisando que “a culpa cabe sobretudo aos cortes maiores do que o esperado no consumo público, que foram necessários para manter o programa de resgate no bom caminho.”

“Esta previsão não deverá fortalecer a confiança em Portugal, Grécia ou no resto da Zona Euro, de que a austeridade está a funcionar. Nem vai apoiar as esperanças de Bruxelas de que Portugal está a afastar-se da Grécia e seguirá a Irlanda, saindo do programa de resgate. Neste momento, nenhum dos países parece estar nem perto disso”, conclui.

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