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Metade do défice previsto para 2013 consumido até Março

As políticas de austeridade continuam a não promover a consolidação orçamental, contrariando assim todas as promessas e previsões anunciadas pelo Governo. Se por um lado a dívida pública continua a aumentar, por outro, estimativas da UTAO, publicadas esta segunda-feira, demonstram que “cerca de 46% do défice total” previsto para 2013 foi consumido até Março.
Foto de Paulete Matos

O défice das administrações públicas, em contas nacionais, do primeiro trimestre consumiu já quase metade do total previsto para o conjunto de 2013, segundo estimativas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

De acordo com uma nota informativa dos técnicos da UTAO, a que a agência Lusa teve acesso, o défice das administrações públicas, de 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB) entre janeiro e março, representa já "cerca de 46% do défice total" previsto para todo o ano, segundo os limites inscritos no Orçamento Retificativo apresentado em maio.

No entanto, excluindo a operação de recapitalização do Banif (700 milhões de euros), o valor do défice consumido nos primeiros três meses do ano teria correspondido a 38% do permitido, calcula a UTAO.

Para cumprir a meta inscrita no Retificativo "será necessário que o défice orçamental dos próximos trimestres se situe, em média, em torno de 3,9% do PIB em termos trimestrais", cerca de 2,0 pontos percentuais abaixo do verificado em igual período de 2012.

Entre janeiro e março deste ano, o défice das administrações públicas, em contas nacionais, atingiu os 4.151,8 milhões de euros, o que representa 10,6% do PIB.

Na sétima avaliação regular ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), a meta para o défice foi revista em alta, pela segunda vez desde o início do programa, para os 5,5% do PIB no conjunto de 2013.

Portugal é um dos países com maior rácio de dívida pública

A dívida direta do Estado atingiu os 203.473 milhões de euros no final de maio, mais 4,7% do que em igual período de 2012, segundo as estimativas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental.

Na sua nota mensal sobre a dívida pública, a UTAO refere que o 'stock' da dívida direta do Estado aumentou, em maio, 1,6% em termos mensais e 4,7% em termos homólogos.

Em termos de composição, e em relação a abril, o maior aumento verificou-se na dívida titulada de médio e longo prazo, para o que terá contribuído a emissão de obrigações a 10 anos, esclarece a unidade de apoio à Assembleia da República.

Considerando a área do euro, Portugal foi, em 2012, um dos países com maior rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto, chegando aos 123,6%, segundo a Comissão Europeia.

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