Semedo desafia Seguro a rejeitar negociar acordo com PSD, CDS e Cavaco

13 de July 2013 - 22:04

“António José Seguro tem uma solução fácil, é recusar o convite, é não se associar ao PSD e ao CDS na discussão da renegociação do memorando” afirmou, neste sábado, o coordenador do Bloco de Esquerda. João Semedo realçou que o país está "sem Governo" e que hoje "a alternativa é clara": "Ou eleições ou mais crise política, ou eleições ou mais catástrofe social, ou eleições ou mais recessão e desemprego”.

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João Semedo realçou que o país está "sem Governo" e que hoje "a alternativa é clara": "Ou eleições ou mais crise política, ou eleições ou mais catástrofe social, ou eleições ou mais recessão e desemprego” - Foto de Carlos Santos/Lusa

João Semedo falou sobre a situação política nacional no encerramento de um debate do Bloco para a elaboração do programa eleitoral para Lisboa, do qual daremos conta noutra notícia.

"Quando nos perguntam se nos sentimos incomodados por não termos sido convidados, nós dizemos não fazemos parte desta família da ‘troika' (…) o PS se se sente mal acompanhado, se quer outra companhia, se quer a companhia da esquerda, a companhia do Bloco, António José Seguro tem uma solução fácil, é recusar o convite, é não se associar ao PSD e ao CDS na discussão da renegociação do memorando", afirmou João Semedo, segundo a agência Lusa.

"É tão simples quanto isto, se [os socialistas] se sentem mal acompanhados, se querem mudar de companhia, digam ao professor Cavaco Silva, digam ao Presidente da República, digam ao Governo ‘não estamos interessados em fazer este negócio em torno da revisão do memorando convosco’. Isso seria bom para a esquerda, seria bom para a clarificação política e para o país", sublinhou João Semedo.

Segundo a Lusa, o coordenador do Bloco lamentou que o secretário-geral do PS "tenha aceitado o convite do Presidente da República" e salientou que o seu partido não foi "convidado" porque não pertence "a esta família da ‘troika’".

Semedo afirmou ainda: "Não assinámos o memorando, não desejamos, nem achamos que a solução dos problemas do país esteja na atualização do memorando, achamos que as soluções para o país passam exatamente por não cumprir as políticas do memorando".

O deputado do Bloco criticou ainda o secretário-geral do PS, afirmando: "António José Seguro, que é um rapaz voluntarioso, prontificou-se a este esforço de diálogo construtivo para a salvação nacional, em primeiro lugar é preciso dizer que não é para salvar o país, é para salvar a coligação, para salvar o Governo, para salvar a direita, para salvar o memorando, para salvar a política da ‘troika’".

João Semedo sublinhou que o país está "sem Governo" e que hoje "a alternativa é clara": "Ou eleições ou mais crise política, ou eleições ou mais catástrofe social, ou eleições ou mais recessão e desemprego, são as alternativas que hoje se colocam ao Presidente da República, ao Governo, a todos os partidos políticos e aos portugueses".

O coordenador do Bloco invocou as palavras de Mota Amaral, “que seguramente não será tido pela maior parte de nós como um observador radical da vida política” e referiu: “Pois Mota Amaral deu uma entrevista e a parte mais importante é quando ele próprio reconhece que muito dificilmente se fará qualquer acordo entre o PS, o PSD e o CDS".

João Semedo frisou ainda: "Perante o falhanço das políticas de austeridade e do memorando, Cavaco Silva percebeu que esta mesma política só será possível se reforçar a maioria que governa o país, o que Cavaco Silva pretendeu fazer foi atracar o PS para uma solução para a qual o PSD e o CDS não chegaram, não chegam e não chegarão".