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Cavaco não apresenta nenhuma solução para a crise

João Semedo, comentando a comunicação do Presidente da República, considerou que Cavaco Silva “resignou-se à vontade da troika, dos patrões e dos partidos de direita” e com o “cenário negro” que traçou sobre eleições antecipadas revela a sua falta de confiança no funcionamento da democracia. (Pode aceder neste link à declaração de João Semedo)
"O Presidente Cavaco Silva, nesta sua intervenção, ao reconhecer a fragilidade desta maioria e desta coligação, teria uma fortíssima razão não para procurar tutelar a democracia e o regime político português, tutelando quer um futuro e um imaginário governo, quer um próximo ato eleitoral, mas sim simplesmente convocar eleições antecipadas", salientou o coordenador do Bloco.
João Semedo alertou ainda: "Este apelo ao PS contraria tudo aquilo que temos ouvido a direção do PS dizer, não acredito que o PS, que tem vindo a sublinhar a sua política de oposição a esta maioria, venha agora dar a mão a uma maioria que está caduca e decadente".
O Presidente da República, na comunicação ao país, afirmou:
"No contexto das restrições de financiamento que enfrentamos, a recente crise política mostrou, à vista de todos, que o país necessita urgentemente de um acordo de médio prazo entre os partidos que subscreveram o memorando de entendimento com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, PSD, PS e CDS".
Cavaco Silva diz que irá “contactar de imediato os responsáveis dos partidos” que subscreveram o memorando da troika para analisar a proposta que apresenta.
Para o compromisso que propõe, Cavaco Silva aponta três pilares: Primeiro, estabelecimento do "calendário mais adequado para a realização de eleições antecipadas", devendo "a abertura do processo conducente à realização de eleições (...) coincidir com o final do Programa de Assistência Financeira, em junho do próximo ano".
Segundo, envolver os três partidos que subscreveram o memorando da troika para garantir “o apoio à tomada das medidas necessárias para que Portugal possa regressar aos mercados logo no início de 2014 e para que se complete com sucesso o programa de ajustamento".
Em terceiro lugar, Cavaco propõe “um acordo de médio prazo” que assegure "desde já que o Governo que resulte das próximas eleições poderá contar com um compromisso entre os três partidos que assegure a governabilidade do País, a sustentabilidade da dívida pública, o controlo das contas externas, a melhoria da competitividade da nossa economia e a criação de emprego".
Cavaco Silva disse também que o atual Governo está em "plenitude de funções" e nunca se referiu explicitamente à solução apresentada publicamente por Passos Coelho, no sábado, e que passava pela subida do líder do CDS-PP e ministro demissionário dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a vice primeiro-ministro.
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Agora é que é a sério
Agora é que é a sério
Que eu saiba esta análise
Que eu saiba esta análise está ausente, ou quase, nas posições do BE
Já deveria ficar claro para
Já deveria ficar claro para todos que o "arco da governação" pretende nos governar sem eleições. É a ordem dos banqueiros, os seus patrões.
O BE deve agora, não só deve se definir contra a política da troika, cuja primeira fase termina em Junho de 2014 e a segunda continua já a seguir.
O BE deve denunciar completamente o programa da troika, tal como fez Argentina. Assim, dito sem medo. E definir quanto, como e quando vamos pagar. E sobretudo, explicar ao povo porque esta política é necessária pois é o nosso único caminho. Porque com empréstimos de juros mais elevados que o crescimento da economia, nunca mais paramos de continuar a dar os nossos salários aos banqueiros. Já chega!
Neste momento não valem politicas fracas e conciliadoras. Chamar apenas a novas eleições não basta. Porque já sabemos que vão ganhar os "socialistas", e a politica de troika vai continuar.
É agora que temos que definir se somos um partido revolucionario ou um partido reformista, que pode viver nesta "democracia".
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