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FMI: Austeridade dita agravamento da recessão na zona euro

“A recessão na zona euro foi mais profunda do que o esperado porque a fraca procura, a confiança deprimida e os balanços frágeis interagiram, tornando ainda mais fortes os efeitos no crescimento e o impacto das condições orçamentais e financeiras muito restritivas”, avança o FMI.
O impacto das políticas de austeridade traduziram-se, segundo o Fundo, no agravamento da recessão na Zona Euro em 2013, que será de 0,6%, contra os 0,4% avançados em abril. Para o próximo ano, é prevista uma retoma de 0,9%, face aos 1% já anunciados.
Os três países que adquirem mais bens e serviços portugueses nos mercados internacionais - Espanha, Alemanha e França -, tendo contribuído para 47% das exportações nacionais em 2012, registam uma revisão em baixa das previsões do PIB.
Em Espanha a situação é particularmente preocupante. Para 2013 é mantida a previsão de uma contração de 1,6%. Já no que respeita a 2014, e ao contrário do que acontecia em abril, quando ainda era anunciado um crescimento de 0,7%, o FMI aponta agora para uma estagnação da economia espanhola. Na Alemanha, o crescimento será de 0,3% em 2013, contra os 0,6% estimados há três meses.
Ainda que não seja avançada qualquer projeção para Portugal, e tendo em conta que o regresso a uma taxa de crescimento em 2014 depende diretamente de um aumento das exportações, os dados agora anunciados pelo FMI deixam antever uma nova revisão das previsões da troika e do governo PSD/CDS-PP para o país.
As projeções oficiais antecipavam um crescimento das exportações de 0,8% em 2013 e de 4,4% em 2014.
Previsões para Brasil, Rússia e China são revistas em baixa
A projeção do FMI para o crescimento da economia mundial também sofreu uma revisão em baixa. É agora apontado um crescimento de 3,1%, 0,2% inferior ao avançado em abril. Para o próximo ano, o Fundo estima que a variação do PIB mundial atinja os 3,8%, contra os 4% já anunciados.
A China, o Brasil e a Rússia veem as suas projeções de crescimento decrescer significativamente. O crescimento passa a ser inferior a 8% na China, tanto em 2013 como em 2014. No Brasil, as previsões foram revistas em baixa em 0,5% e 0,8%, respetivamente, passando a ser de 2,5% este ano e de 3,2% em 2014. Na Rússia, espera-se que o crescimento do PIB seja inferior em 0,9% e 0,5% ao já anunciado, fixando-se em 2,5% em 2013 e em 3,3% no próximo ano.
Segundo adianta o jornal Público, o FMI justifica este decrescimento com o impacto da retirada de políticas monetárias mais expansionistas por parte da Reserva Federal norte americana e com o facto de estas economias já estarem muito próximas do seu potencial.
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