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Grupo Águas de Portugal quer despedir, pelo menos, 160 trabalhadores

Trilhando caminho no sentido da sua privatização, o Grupo Águas de Portugal lançou um “programa corporativo de rescisões amigáveis” que visa despedir, pelo menos, 3% dos trabalhadores das empresas que fazem parte do grupo.

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), denuncia que “a pretexto da redução de trabalhadores do Sector Empresarial do Estado, o grupo Águas de Portugal pretende levar a cabo em tempo recorde um programa de no mínimo 160 rescisões que assenta numa falácia: a redução de despesas com pessoal”.

“Num processo iniciado às escondidas, a Administração da Águas de Portugal, SGPS, S.A. e os Conselhos de Administração das empresas do Grupo aguardaram pela Greve Geral de dia 27 para, no dia 28 de junho, anunciarem aos trabalhadores que querem rescindir contratos com pelo menos 160 trabalhadores do Grupo até ao final de Agosto”, refere a estrutura sindical.

O STAL adianta ainda que, “com as admissões no Grupo congeladas”, por imposição do Orçamento do Estado para 2013, “as empresas têm vindo a recorrer a contratos de trabalho temporário e prestações de serviço que custam mais ao erário público que igual número de trabalhadores com os mesmos salários”. “Simultaneamente, têm vindo a ser realizados avultados investimentos com dinheiros públicos para início de novas atividades que exigem a admissão de pessoal para que comecem a funcionar”, acrescenta.

Para o sindicato, “este processo de rescisões prosaicamente apelidadas de amigáveis só pode ter como objetivo a redução dos salários praticados no Grupo e a eliminação de direitos e regalias hoje existentes, procurando as empresas livrar-se de trabalhadores qualificados, com vasta experiência profissional e know how, para contratar mão de obra barata ou pior ainda, entregar serviços apetecíveis ao sector privado livres de encargos com pessoal”.

“Este é um processo que a concretizar-se representará novo prejuízo para o erário público e a prestação de piores serviços em áreas fundamentais como a distribuição de água e o tratamento de resíduos”, alerta o STAL.

O sindicato, que já solicitou reuniões urgentes com o Ministério da tutela e com a Administração da Águas de Portugal, “apela a todos os trabalhadores para que não assinem nada sem consultar a sua estrutura sindical e se mantenham firmes na defesa dos postos de trabalho e de um serviço público essencial prestado às populações”.

Numa carta enviada a 2 de julho, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) apelida o programa de rescisões de “ despedimentos encapotados” e lembra que o grupo teve lucros de 93,8 milhões, em 2012, mais 4,2 por cento do que em 2011, e que os custos de pessoal têm vindo a descer desde 2010.

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