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Trabalhadores dos transportes invadem sedes bancárias
Os oito representantes dos trabalhadores que ocuparam a sede do Santander Totta em Lisboa exigiram a restituição "imediata" de 35,5 milhões de euros já pagos pela Carris ao banco, no âmbito dos contratos 'swap'.
Manuel Leal, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), afirmou, em declarações à agência Lusa, que esta foi "uma ação de denúncia e, ao mesmo tempo, de exigência para que a gerência do Santander Totta devolva um esbulho do erário público em torno do que é um autêntico escândalo que envolve os contratos 'swap'".
O dirigente sindical frisou ainda que os trabalhadores reclamam o fim de "uma negociata orquestrada entre administradores das empresas, membros dos governos e banqueiros", que se traduziu "na transferência de uma fortuna imensa da esfera pública para a esfera privada".
O representante da STRUP lembrou ainda que a Carris, que é uma empresa de capitais públicos, “ao longo destes três últimos anos fez descer as remunerações dos trabalhadores mais de 30%, ao mesmo tempo que faz subir o salário do presidente do Conselho de Administração mais de 2.000 euros".
"Os administradores das empresas públicas que puseram a assinatura nestes contratos foram todos recompensados e bem pagos, um deles, Silva Rodrigues, até foi promovido a 'super administrador' do Metro, Carris, Transtejo e Soflusa", refere o sindicato em comunicado.
"É para pagar este roubo que os salários estão a ser roubados nas empresas públicas. E é para pagar este roubo que os preços estão a subir brutalmente para os utentes", acusa o STRUP, adiantando que dará “continuidade à denúncia em termos institucionais, recorrendo a todas as formas, sem excluir a responsabilização criminal por uma gestão que, na ótica de uma empresa pública, a gere desta forma".
"'Swap'? Basta de alimentar especuladores com o roubo dos nossos salários”
Os cinco representantes dos trabalhadores da CP ocuparam, por sua vez, a sede do BES. Ostentando um cartaz onde se podia ler "'Swap'? Basta de alimentar especuladores com o roubo dos nossos salários”, distribuíram um panfleto aos clientes onde denunciavam os prejuízos causados à empresa pelos contratos 'swap' e pediram para falar com a administração.
Os seguranças do BES acabaram por chamar a polícia, que identificaram um dos sindicalistas.
Em declarações à Lusa, Abílio Carvalho, dirigente sindical do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) referiu que o “desvio de dinheiro” causado pela assinatura dos contratos 'swap' está a traduzir-se em reduções salariais, que, em alguns casos, chegam aos 30%, e no aumento das tarifas do transporte ferroviário aos utentes.
“Não têm que ser os trabalhadores, nem os utentes, a pagar esta especulação financeira e este desvio de dinheiro para a banca”, defendeu.
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Ediçoes Antipáticas
Primeiro Círculo.
Qualquer que seja o ponto de vista que adoptarmos,o presente é um beco sem saída. Não é essa a menor das suas virtudes. Aqueles que desejariam acima detudo esperar, vêem ser-lhes retirado qualquer tipo desustentação. Os que pretendem ter soluções vêem-seimediatamente desmentidos. Toda a gente sabe queas coisas só podem ir de mal a pior. «O futuro já nãotem futuro» constitui a sabedoria de uma época queatingiu, sob a sua aparência de extrema normalidade,o nível de consciência dos primeiros punks.
A esfera da representação política fecha-se. Da esquerda à direita, é o mesmo vazio que toma, alternadamente,a forma de cão de guarda ou ares de virgem, osmesmos técnicos de vendas que mudam de discurso conforme as últimas descobertas do departamento decomunicação. Aqueles que ainda votam parecem ter como única intenção rebentar com as urnas, à força de votarem como puro acto de protesto. Começamosa pensar que é efectivamente
contra o próprio voto
que as pessoas continuam a votar. Nada daquilo que se apresenta está à altura da situação, nem de longe nem de perto.
supra
«dos primeiros punks»
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