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Não devemos ser manipulados e muito menos roubados!

Dividir para reinar é o lema daqueles que inventam não haver dinheiro para pagar as reformas e que temos reformas muito altas! Como se reformas de 300 e tal euros seja uma reforma! São, tão só e apenas, um apoio de sobrevivência, digo eu.

O meu entendimento sobre reformados e/ou pensionistas sempre teve a ver com gente que trabalhou, produziu e lutou por um país. Este ou qualquer outro desta “nossa” Europa. É, digamos assim, o cumprimento de um contrato e o, “Obrigado”, que os países devem para com os seus cidadãos.

Chegados aqui, este país não está, nem é, o mesmo iniciado em 25 de Abril de 1974.

Foram longos e muitos os anos, anteriores a esta data, em que homens e mulheres deram o melhor das suas vidas e, muitas vezes, as próprias vidas, para poderem vir a ter um futuro digno e, com um mínimo de bem estar, para todos. E essa luta implicava, consequentemente, um futuro risonho não só para si próprios, para os seus filhos e na ordem natural de vida, para os seus netos. As suas vidas sofreram, nesses anos, muitos sacrifícios, muita abnegação mas também e, principalmente, muita vontade de vencer.

E então agora, o que é que querem fazer connosco? Estamos a assistir a um desmoronar de todas essas esperanças ?! Perguntaremos, por certo, como pode tudo isto estar a acontecer.

E aí, é importante dizer, que deveríamos, entretanto, ter tido o bom senso e a capacidade de ter exigido aos diversos governos, deste tempo democrático, como é que estavam a ser geridos, utilizados e des(governados) os descontos que eram “depositados” todos os meses, na Segurança Social ou na CGA. Porque fomos nós e a entidade para a qual trabalhávamos. Fosse Estado ou Privado.

E, outra desonestidade que estão a fazer connosco é a de pretenderem colocar-nos numa guerra intestina, bem como numa guerra geracional. Colocarem reformados contra pensionistas rurais, a maior parte apenas com pensões não contributivas, apenas e tão só pela inexistência de estruturas sociais para estes casos concretos não ser alguns descontos feitos para as Casas do Povo. Gente que trabalhou o pão que todos nós comemos, e não só! Mas, meus caros, não o conseguirão!

Dividir para reinar é o lema daqueles que inventam não haver dinheiro para pagar as reformas e que temos reformas muito altas! Como se reformas de 300 e tal euros seja uma reforma! São, tão só, e apenas, um apoio de sobrevivência, digo eu. Até porque reformado, não tem outra proveniência pecuniária e tem ainda um futuro pela frente em que o SNS está a diminuir os valores de contribuição nos custos dos medicamentos e a aumentar as taxas moderadoras. Para já não falar, será para um outro artigo, no drama do aumento das “rendas de casa”.

Daí que temos todos o direito e o dever de exigir, a quem quer que seja, o cumprimento integral e sério do contrato feito entre nós cidadãos trabalhadores reformados, com o Estado português. Nós cumprimos! Agora chegou a altura de cumprir o Estado, sem mentiras nem sofismas. Nós não somos, não podemos, não devemos deixar-nos manipular e, muito menos, roubar.

Sobre o/a autor(a)

Reformada. Tradutora e Assistente no Depto. Médico duma multinacional americana da indústria e comércio farmacêuticos. Dirigente do Bloco de Esquerda.
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