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Ativista espanhola sublinha importância da manifestação internacional de 1 de junho
Silvia Pineda, ativista da plataforma Marea Ciudadana (Maré Cidadã), formada por diversos movimentos sociais, sindicatos e organizações políticas, explicou, em declarações ao esquerda.net, que, após as mobilizações de 23 de fevereiro no Estado Espanhol e de 2 de março em Portugal, surgiu a ideia de se “tentar fazer algo a nível internacional”.
“No dia 26 de abril reunimos em Lisboa com o movimento Que se Lixe a Troika e com ativistas de vários países da Europa. Nessa reunião, foi estabelecido o 1 de junho como a data para a primeira mobilização conjunta”, recordou Silvia Pineda, esclarecendo que “a ideia é conseguir que os países do Sul da Europa saiam às ruas, assinalando aquilo que têm em comum, que é a troika, e estabelecer uma coordenação conjunta para o futuro”.
“Temos o mesmo inimigo”, adiantou a ativista, sublinhando que, “nos países do Sul da Europa são os mercados financeiros e a troika que mandam na economia e nos povos”. “A troika está a impor medidas de austeridade, cortando direitos sociais e obrigando-nos a pagar uma dívida ilegítima que não devemos nem temos de pagar”, reforçou.
“Está a acontecer o mesmo no Estado Espanhol, na Grécia, em Portugal, em Itália, e é por isso que é importante que a luta seja internacional”, salientou.
A ativista da Marea Ciudadana lembrou que, no Estado Espanhol, mediante a reforma do artigo 135 da Constituição, acordada entre os dois maiores partidos - Partido Popular (PP) e o Partido Socialista (PSOE) -, e que não foi sujeita a qualquer consulta popular, os recursos do Estado são orientados para o pagamento da dívida ilegítima, colocando os interesses dos credores acima dos interesses e das necessidades sociais dos cidadãos.
“A situação do Estado Espanhol é terrível. Um dos maiores problemas que temos neste momento são os despejos de famílias que não conseguem pagar os seus empréstimos bancários e que, apesar de perderem as suas habitações, continuam a dever dinheiro aos bancos”, lamentou Silvia Pineda.
“Há uma proteção total dos bancos. Aqui, apesar de termos tido um resgate direto, o Governo socializou a dívida. Injetou-se o dinheiro que vinha da Europa diretamente nos bancos e transformou-se uma dívida privada, que era só dos bancos, numa dívida da sociedade”, acusou a ativista.
A plataforma Marea Ciudadana bate-se pela defesa dos direitos sociais, a democracia participativa e a defesa dos serviços públicos e defende uma auditoria cidadã à dívida, opondo-se ao pagamento da dívida ilegítima.
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