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Militares recusam "forças armadas de anciãos"

As associações de militares e polícias rejeitam o aumento da idade da pré-reforma para os 58 anos e prometem dar luta às intenções de um Governo que quer “matar o doente com a cura que lhe é oferecida”.
Militares e polícias prometem dar luta para travar a austeridade que põe em causa a segurança do país. Foto Paulete Matos

“As medidas merecem a nossa repulsa e evidentemente que não são do agrado de ninguém. Isto só veio comprovar uma postura de desrespeito para com a dignidade que já atinge um limite tal que nos permite dizer que já é humilhação dos militares”, afirmou o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas à agência Lusa. Manuel Cracel diz que aumentar a idade de reserva para os 58 anos revela a “ignorância de uma realidade como a militar" por parte do Governo, que “vai fazer com que as forças armadas sejam constituídas por um conjunto de militares idosos, serão umas forças armadas de anciãos”.

Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos, afirmou à Lusa que o país precisa de “alguém que seja sério e que fale seriamente e com todas as pessoas”. Para a ANS, o resultado desta austeridade  podem “matar o doente com a cura que lhe é oferecida”, neste caso um pacote de “medidas que foram tomadas antes e que agora são agravadas com outros métodos e com resultados que tudo leva a crer serão os mesmos”. 

ASPP: Austeridade compromete a segurança dos cidadãos

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia anetevê que as medidas anunciadas por Passos Coelho "vão criar instabilidade" na polícia, "comprometendo a sua capacidade de resposta, a segurança dos portugueses". Por um lado, diz Paulo Rodrigues, o aumento da idade de pré-aposentação contribui para o "envelhecimento gradual dos agentes", numa instituição, que, argumentou, se "quer dinâmica". E por outro, acrescenta o presidente da ASPP, "o aumento dos encargos para o subsistema de assistência na doença vai reduzir o curto vencimento dos polícias". Dois fatores que levam a associação sindical a considerar que "estão legitimadas" todas as ações de luta contra estas medidas.

Já a Associação dos Profissionais da Guarda diz que o aumento da idade de pré-aposentação é uma medida "irresponsável", lembrando que na prática os profissionais da GNR "não têm horário de trabalho" e chegam a trabalhar "90 horas por semana", provocando "um desgaste maior no final da carreira".

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