José Manuel Pureza

José Manuel Pureza

Professor Universitário. Dirigente do Bloco de Esquerda

Serei cabeça de lista do Bloco de Esquerda nas próximas autárquicas para políticas de rutura clara com os clientelismos e os marasmos que têm sido marca de décadas do rotativismo ao centro na Câmara de Coimbra.

A extrema-direita do nosso tempo não é o fascismo histórico, não é um mero remake de Mussolini. É um fascismo que promove o mercado e se suporta em estratégias e tecnologias comunicacionais que permitem conformar o senso comum adequado a uma sociedade do medo que grita raiva contra os de baixo deixando os verdadeiros patifes em paz.

O Papa Francisco dirigiu-se à DIALOP lembrando o dito argentino “no te arrugues!”, que quer dizer “não recues”. Fê-lo para nos desafiar: “Nunca percam a capacidade de sonhar! Esse é também o meu convite.

Se quer combater com bravura a agenda da extrema-direita, a esquerda não pode cair nas armadilhas do punitivismo nem da securitização. Tem de se bater pela excecionalidade da pena de prisão no sistema de execução de penas e pela transformação das prisões em unidades de reinserção social efetiva.

Um olhar atento sobre os factos mostra como governos que se inflamam na defesa retórica da ordem internacional fundada em regras frequentemente violam as regras mais elementares dessa ordem.

Para que serve o Direito Internacional – desde a Carta das Nações Unidas às resoluções do Conselho de Segurança – diante da brutalidade incontida de um agressor apostado na punição coletiva de um povo e na sua subjugação colonial?

Segundo Galtung, estudar a paz não se faz na distância assética entre o investigador e a realidade, é sim a produção de um conhecimento comprometido com a transformação da realidade das violências.

Numa democracia não capturada pelos poderosos, a ação política é a imposição de regras iguais para todos e isso é o contrário dos regimes de favor que beneficiam os mesmos de sempre.

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa tecem hinos e louvores à organização de um campeonato do mundo de futebol que envolve um Estado (Marrocos) que ocupa ilegalmente o território do Sara Ocidental.

Há um intenso caminho feito, por gente de um lado e do outro, para a construção de consensos que deem corpo a uma alternativa à economia que mata.