José Gusmão

José Gusmão

Eurodeputado e economista.

Se queremos vencer a extrema-direita, vamos ter de ser mais exigentes nas análises. Saber quem são e o que pensam os eleitores do Chega. Perceber as circunstâncias e as políticas que permitiram que ideias que sempre existiram na marginalidade política tenham sido tão propagadas e normalizadas.

Nem no meio da mais completa catástrofe o governo trata do que interessa: converter todas as monoculturas intensivas em produções sustentáveis, converter uma parte das explorações em culturas de sequeiro, obrigar hotéis e campos de golfe a investir no aproveitamento de águas residuais.

A indústria fóssil mantém a capacidade de influenciar as escolhas políticas e os incentivos para pagar a viagem e estadia a 2456 lobistas na COP28. Assistimos à indústria fóssil a dar tudo para combater mesmo os pressupostos mais básicos da ciência das alterações climáticas e da transição energética.

Todos os negócios fraudulentos funcionam melhor com uma regulação amiga. Já milhões perderam milhões na vertigem cripto? É o risco, estúpido. É deixar o mercado funcionar, que as boas criptomoedas hão-de emergir... e depois submergir.

Na ausência de uma estratégia para o país, o Governo mudou-se de vez para a receita liberal: baixar ainda mais os impostos às grandes empresas, depauperar o Estado e serviços públicos e esperar que pingue qualquer coisa para quem trabalha.

Como o artigo de Henrique Raposo foi publicado a 7 de abril, às 10h03m da manhã, Henrique Raposo manifestou a sua indignação com uma abstenção que foi um voto favorável e que aconteceu… duas horas depois do seu texto ser publicado.

Se as regras inscritas no PEC vão ser alteradas por serem consideradas inadequadas, que sentido tem repô-las antes da alteração estar concluída? E com base em que critérios irá a Comissão usar “toda a flexibilidade existente”?

O debate do Fundo Social Europeu denuncia um paradoxo fundamental do chamado Pilar dos direitos sociais.

Se a desonestidade de Schäuble é importante de notar e desmontar, pois será disciplinadamente papagueada pelos austeritários nacionais, a sua preocupação com as desigualdades só pode ser entendida como uma piada de mau gosto.

É difícil perceber o afã de António Costa numa frente tão improvável. E tão insustentável. É ainda pouco claro o que se retirará desta presidência portuguesa da UE. Mas parece que o slogan de António Costa de que, quando esta terminar o futuro do planeta estará melhor, é manifestamente exagerado.