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Manifestantes desfilam ao som de Grândola Vila Morena

Mais uma vez, a música de José Afonso foi escolhida pelos manifestantes para dar início ao desfile que marcou o 39.º aniversário do 25 de Abril de 1974. O governo e o presidente da República e as medidas de austeridade impostas ao país foram alvo do descontentamento popular.
Foto retirada do facebook de Carlos Guedes.

Entre a rotunda do Marquês de Pombal e o Rossio, em Lisboa, desfilaram pessoas de várias idades, que reivindicaram o resgate dos ideais da revolução dos cravos.

A manifestação contou com a presença de vários movimentos e coletividades. A Associação 25 de Abril, presidida por Vasco Lourenço, participou na iniciativa para “mostrar o seu profundo desacordo com a prática dos (des)governantes e para evidenciar a sua forte determinação em recuperar Abril”.

A Associação Nacional de Sargentos esteve igualmente presente, em defesa “da liberdade e dos valores democráticos” e da Constituição da República. Também o Congresso Democrático das Alternativas e a Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis participaram no desfile popular.

Presidente da República assumiu-se como "chefe do Governo"

No início do desfile popular, os secretários gerais da CGTP e da UGT criticaram as declarações proferidas pelo presidente da República, Cavaco Silva.

Segundo Carlos Silva, secretário-geral da UGT, o discurso do Presidente da República nas comemorações do 25 de Abril "não tem eco para as pessoas que mais sofrem e que sentem os sacrifícios que lhes são impostos", lembrando ainda que o presidente da República tem a possibilidade de “devolver aos portugueses a decisão sobre o seu futuro".

Já Arménio Carlos, líder da CGTP, defendeu que Cavaco Silva "assumiu-se como chefe do Governo" e um dos "responsáveis" pela política de austeridade em Portugal, sendo que o que o presidente da República devia assumir é "o fracasso desta política e a necessidade de mudança".

Arménio Carlos exortou o Presidente da República a "ouvir o povo".

Alexis Tsipras participa no desfile popular do 25 de Abril

O líder da coligação grega Syriza participou, a convite do Bloco de Esquerda, nas comemorações da revolução dos cravos. Lado a lado com os coordenadores do Bloco de Esquerda Catarina Martins e João Semedo e com a eurodeputada Marisa Matias e com vários outros dirigente e deputados bloquistas, Alexis Tsipras integrou o cortejo do Bloco, segurando numa faixa onde se podia ler “Unidos contra a austeridade”.

Nas comemorações do 25 de Abril participaram ainda dirigentes do PCP e da JS.

“Este Governo deitou para o lixo os compromissos eleitorais”

O coronel Villalobos Filipe, representante da Associação 25 de Abril, fez referência, durante a sua intervenção, já na praça do Rossio, à “sujeição colaborante do poder político aos diretórios da finança nacional e internacional perante a complacência do Presidente da República”.

Segundo Villalobos Filipe, o chefe de Estado “não pode abstrair-se da gravidade da situação e tem o dever de contribuir ativamente para a solução”.

“O atual regime político pode estar em causa. Este Governo deitou para o lixo os compromissos eleitorais e tem procedido a uma alteração encapotada da Constituição, tendo perdido por isso legitimidade política”, salientou.

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