João Semedo

João Semedo

Médico. Aderente do Bloco de Esquerda.

O primeiro-ministro pediu a unidade de todos os portugueses e conseguiu-o. De norte a sul do país, os cidadãos responderam-lhe. Estão unidos. Unidos contra o governo. Unidos contra a austeridade. Unidos contra a insensibilidade social. Unidos pela dignidade do salário e do emprego.

A greve dos médicos não foi uma teimosia nem uma decisão inútil. Ao contrário, foi uma necessidade perante a arrogância de Paulo Macedo.

A direita pretende ir mais longe no desmoronar do SNS. Quatro notícias recentíssimas tiram qualquer dúvida que ainda pudesse subsistir sobre o que pretende o governo.

Um ataque em três direções, articuladas entre si, todas e cada uma apontadas ao desmembramento do SNS: a nova carta hospitalar, a mega contratação de empresas privadas para colocar médicos à hora e a redução dos cuidados garantidos.

A direita pretende ir mais longe no desmoronar do SNS. Quatro notícias recentíssimas tiram qualquer dúvida que ainda pudesse subsistir sobre o que pretende o governo.

Desta vez, a Crioestaminal foi ainda mais longe do que é habitual nas suas campanhas utilizou a imagem e a voz de uma criança cujas palavras fomentavam sentimentos de culpa nos próprios pais… Denunciada, a empresa retirou o anúncio, mas um problema subsiste: a atitude dos poderes públicos.

As trapalhadas de Miguel Relvas e a demagogia e indecência do ministro da Economia marcaram a semana parlamentar, assim como o silêncio do PS, PSD e CDS no que respeita à luta do povo grego contra a austeridade.

O governo aposta no desmantelamento da capacidade de recolha do instituto e na transferência dessa responsabilidade para os hospitais. É um erro de consequências muito graves.

Ninguém tenha dúvidas: o governo já decidiu fechar a maternidade Alfredo da Costa. Tudo o que digam, agora, o ministro e outros responsáveis do ministério, é conversa fiada para iludir a opinião pública e dividir e enfraquecer o campo dos que se opõem a esta medida.

No mês de Fevereiro deste ano morreram mais 4 mil portugueses do que a média dos óbitos registados no mesmo mês dos últimos dez anos.