“A partir de agora, as relações entre as Coreias entram em estado de guerra e todos os assuntos entre as duas Coreias serão tratados de acordo com o protocolo de guerra”, declarou este sábado o regime de Pyongyang em comunicado, sublinhando que qualquer provocação das tropas dos EUA e da Coreia do Sul juntos às suas fronteiras irá desencadear um “conflito de larga escala e uma guerra nuclear”.
Os exercícios militares anuais começaram a 11 de março e envolvem cerca de 10 mil soldados sul-coreanos e 3500 norte-americanos. Na sexta-feira, a Coreia do Norte começou a apontar mísseis dirigidos a esses dois alvos que se movimentam nas águas da Península da Coreia. Enquanto a Rússia e a China apelam à calma e a que se evite uma escalada do conflito, o secretário-geral adjunto da NATO e ex-embaixador dos EUA em Moscovo, Alexander Vershbow, disse à agência Interfax que um hipotético ataque iria ter uma resposta conjunta dos países da NATO, como prevê o tratado da organização.
Do lado norte-americano, a maioria dos observadores encara as palavras de Kim Jong-un como uma ameaça para consumo interno, ou seja, para fortalecer a imagem de um líder jovem e recém chegado ao poder. Mas também apontam a imprevisibilidade do sucessor dinástico do regime norte-coreano como um fator a ter em conta, embora os satélites espiões não confirmem uma movimentação de tropas que corresponda às ameaças proferidas por Pyongyang.