Os partidos de esquerda não dizem outra coisa desde há quatro anos: salve-se o SNS e a democracia respira. O problema é se o gabinete de S. Bento ouve, ou se ouve e quer.
Centeno está a dizer, a todos, no público e no privado, que não há direito a expetativa de salários justos, ou que, se lhes falta o pão, comam brioches.
As forças mais reacionárias dos dias de hoje, os portadores do ódio contra as mulheres, contra os migrantes e contra os direitos sociais, são precisamente os mais liberais na economia.
A diferença, talvez a única, dos escândalos financeiros recentes em relação ao que se passava há uns anos é que agora não escandalizam, são o nosso normal.
Em Espanha (e não será assim em Portugal?), todos os acordos parlamentares são possíveis, desde que não ponham em causa o monopólio continuista do poder.