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"A MAC não cabe na Estefânia", dizem profissionais de saúde

O julgamento da providência cautelar contra o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa começou por ouvir responsáveis da MAC a porem em causa a capacidade do Hospital Dona Estefânia em acolher as valências da maternidade modelo da capital.
Foto Paulete Matos

Esta segunda-feira foram ouvidas várias personalidades que têm levantado a voz contra o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), proposto pelo Ministério da Saúde. O ex-ministro da Saúde Correia de Campos afirmou que “é possível manter as equipas integradas em outro espaço que não a MAC, mas apenas se houver espaço físico, se estas foram bem acolhidas e se as condições permitirem manter a cultura hospitalar”, defendendo que a MAC dispõe de “um acervo técnico-científico e profissional que devia manter-se unido até à transferência para o Hospital Oriental de Lisboa”, prevista para daqui a três anos.

 

Durante o primeiro dia de julgamento, vários depoimentos assinalaram a dificuldade em perceber como é que um hospital da dimensão do Dona Estefânia pode ter capacidade para absorver uma unidade de saúde de dimensão bastante superior como a MAC. Para decidir se essa capacidade existirá, a juíza Anabela Araújo disse que irá avaliar no terreno as instalações das duas unidades. Para a diretora do serviço de obstetrícia da MAC, não há dúvida que "o Hospital Dona Estefânea é demasiado pequeno" para integrar todos os serviços da MAC. Ana Campos defendeu também que não existem garantias por parte da presidente do Centro Hospitalar de Lisboa Central de que todas as valências possam ser transferidas, o que implicaria necessariamente aumentar os riscos para a saúde pública.

 

Outra questão levantada no julgamento foi a das obras necessárias no telhado e canalização da MAC, orçadas em mais de um milhão de euros. Para Maria José Alves, que dirige o serviço de medicina materno fetal da MAC, a Maternidade terá apenas de contribuir com 300 mil euros, já que a obra será paga com fundos comunitários. A médica também defendeu que o Hospital Dona Estefânia não tem dimensões para assegurar a quantidade de partos que os responsáveis políticos têm em mente quando decidiram encerrar a MAC.

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