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Parlamento cipriota rejeita resgate bancário

O parlamento cipriota rejeitou o plano de resgate bancário, com 36 votos contra e 19 abstenções. Nenhum deputado votou favoravelmente o acordo negociado entre o Governo e o Eurogrupo. O mais pequeno país da zona euro bateu o pé à troika.
Manifestante exibe cartaz nas imediações do Parlamento de Nicósia, momentos depois de ser conhecido o resultado da votação.

O resgate bancário já tinha destino traçado, depois de todos os partidos da oposição cipriota terem anunciado o seu sentido de voto, mas a extensão da derrota governamental foi tal que nem os partidos que suportam o Governo votaram a favor. Num parlamento com 56 deputados, a votação foi expressiva: 36 votos contra e 19 abstenções.

A demissão do ministro das Finanças, Michalis Sarris, parece estar por minutos, num Governo que tendo perdido o apoio parlamentar tenta desesperadamente salvar o que resta da coligação minoritária de direita.

Para o líder do Partido Comunista, Akel Andros Kyprianou, "Chipre serve de cobaia no que concerne aos impostos sobre os depósitos bancários”. “É como cair de 10 mil metros sem paraquedas. A única finalidade desta medida é destruir a economia cipriota mas nós dizemos não”, declarou o deputado do partido Os Verdes.

O projeto de lei apresentado pelo Governo, e agora chumbado pelo parlamento de Nicósia, previa uma taxa de 6,75 por cento para todos os depósitos entre 20 mil e 100 mil euros e 9,9 por cento sobre todas as contas acima desse montante. A versão original do acordo não isentava os depósitos até 20 mil euros, mas nem esse passo atrás foi suficiente para garantir um único na assembleia cipriota.

O ministro das Finanças, entretanto, está a caminho de Moscovo para tentar renegociar o empréstimo de 2500 milhões de euros, concedidos pela Rússia no verão do ano passado. Moscovo já se mostrou disponível para aceitar uma extensão dos prazos de pagamento.

Não é claro se, quando regressar desta viagem oficial, Michalis Sarris ainda será o ministro das Finanças ou mesmo se o Governo ainda continuará em funções. 

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