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“Mais de um milhão e meio de pessoas em todo o país com uma mensagem clara: demissão”
No final da manifestação “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas” de Lisboa foi lida a Moção de Censura Popular na qual é demitido o governo:
“Esta Moção de Censura Popular expressa a vontade de um povo que quer tomar o presente e o futuro nas suas mãos. Em democracia, o povo é quem mais ordena.
Os diferentes governos da troika não nos representam. Este governo não nos representa.
Este governo é ilegítimo. Foi eleito com base em promessas que não cumpriu. Prometeu que não subiria os impostos, mas aumentou-os até níveis insuportáveis. Garantiu que não extorquiria as pensões nem cortaria os subsídios de quem trabalha, mas não há dia em que não roube mais dinheiro aos trabalhadores e reformados. Jurou que não despediria funcionários públicos nem aumentaria o desemprego, mas a cada hora que passa há mais gente sem trabalho.
Esta Moção de Censura é a expressão do isolamento do governo. Pode cozinhar leis e cortes com a banca e a sua maioria parlamentar. O Presidente da República até pode aprovar tudo, mesmo o que subverte a Constituição que jurou fazer cumprir. Mas este governo já não tem legitimidade. Tem contra si a população, que exige, como ponto de partida, a demissão do governo, o fim da austeridade e do domínio da troika sobre o povo, que é soberano.
Que o povo tome a palavra! Porque o governo não pode e não consegue demitir o povo, mas o povo pode e consegue demitir o governo. Não há governo que sobreviva à oposição da população.
Esta Moção de Censura Popular é o grito de um povo que exige participar. É a afirmação pública de uma crescente vontade do povo para tomar nas suas mãos a condução do país, derrubando um poder corrupto que se arrasta ao longo de vários governos.
No dia 2 de Março, por todo o país e em diversas cidades pelo mundo fora, sob o lema "Que se lixe a troika! O povo é quem mais ordena", o povo manifestou uma clara vontade de ruptura com as políticas impostas pela troika e levadas a cabo por este governo.
Basta! Obviamente, estão demitidos. Que o povo ordene!”
Comments
Caros irmãos de Portugal.
Caros irmãos de Portugal. Escrevo do Brasil.
Estamos acompanhando o delicado momento que estão passando. Já vivemos uma situação semelhante na década de 90, durante o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. Nosso povo também sofreu naquela época, pela falta de soberania da nação, com uma liderança exercida por uma elite gananciosa e descompromissada com a sua gente. Estávamos submetidos a forte opressão exercida pelo FMI.
Vivemos hoje um momento muito melhor. Desde 2003, quando iniciou o governo Lula, e agora, dez anos passados, com sua sucessora Dilma, vivemos a prosperidade. Desejo que a luta resulte em se fazer ouvir a voz do povo, que é quem mais ordena. Cantemos juntos a Grândola, Vila Morena. Saudações.
Queridos irmãos e irmãs
Queridos irmãos e irmãs portugueses
Eu também sou brasileira e acompanhei com muita emoção a manifestação de vocês.
Nosso melhor desejo para esta terra linda e amável de Portugal.
Que os senhores da pobreza e da tristeza sejam levados para longe e que o nosso povo vença novamente.
um grande abraço solidário
Solange
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