Catarina Martins

Catarina Martins

Eurodeputada. Dirigente do Bloco de Esquerda. Atriz

Não é a fruta da época, bem sei, não é da Europa criativa nem do absurdo artigo 13. Mas é da nossa vida de todos os dias, daquele direito constitucional de acesso à Cultura em todo o território e do que se faz tarde.

Responsabilidade é apresentar soluções para problemas, responder às urgências das pessoas, e ir até ao fim.

Afundado no absurdo consenso europeu, é cada vez mais difícil ao governo explicar as suas escolhas europeias.

Falta ainda muito para recuperar direitos destruídos no período da troika e não há sociedade que recupere dignidade e democracia se tudo isso ficar à porta das empresas.

A reestruturação da dívida, a nacionalização de empresas estratégicas e a política orçamental contra-cíclica de que o país precisa exigem uma postura em contracorrente com as orientações das instituições europeias.

O património precisa de uma estratégia que recuse a pobre escolha entre abandono generalizado e conservação mercantil.

Como podemos ter programa de desenvolvimento, inovação, coesão, se a gestão dos setores estratégicos não obedece a qualquer lógica que não a da acumulação acionista?

Um projeto de cidade que leva a sério a Cultura é aquele onde a comunidade tem capacidade de propor usos não pensados antes para os espaços da cidade.

Desde o crash financeiro de 2008, a política europeia é, na verdade, o outro nome da falência da União Europeia.

Com o chumbo parlamentar do decreto que reduzia a TSU às empresas que praticam o Salário Mínimo Nacional, foi decretado no comentário público o estado de “crise da geringonça”.