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Governo da Bulgária cai perante onda de protestos contra a austeridade

Após dez dias de protestos contra as medidas de austeridade e o elevado custo da eletricidade, que tem sido marcados por intensos confrontos com a polícia, o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, anunciou a demissão de seu governo, responsável pelo aumento, em julho de 2012, do preço da energia em 13%, pelo congelamento de salários e pensões, e pelo aumento generalizado do custo de vida da população búlgara.
Primeiro ministro búlgaro, Boiko Borisov. Foto de publicsbg, Flickr.

Na segunda feira, o governo conservador búlgaro ainda tentou apaziguar o ânimo dos manifestantes que têm ocupado as ruas do país nos últimos dias, anunciando a demissão do ministro das Finanças, Simeon Diankov. Já na terça feira, o executivo prometeu ainda cancelar a licença de distribuição da empresa de eletricidade checa ČEZ, sob investigação judicial por incumprimento do contrato, e baixar o preço da eletricidade em 8%.

Estas medidas não foram, contudo, suficientes para os manifestantes, que voltaram a sair às ruas de Sófia esta terça feira, tendo sido alvo de uma carga policial que causou mais de uma dezena de feridos. Os protestos estenderam-se ainda a outras cidades do país.

No anúncio da sua demissão, Boiko Borisov, antigo guarda-costas que venceu as eleições em 2009 com promessas de lutar contra a corrupção e elevar o estilo de vida búlgaro, adiantou que não quer "fazer parte de um governo que manda a polícia bater no povo".

“Não me vou embora por causa de Serguei Stanichev e Ahmed Dogan (os líderes dos dois principais partidos da oposição). Vou combatê-los até ao fim”, frisou Borisov, admitindo, no entanto, que a visão de um “Parlamento sitiado” lhe era “insuportável”.

"Temos dignidade e honra. Foi o povo que nos confiou o poder e hoje devolvemo-lo", adiantou ainda Borissov, garantindo que não participará num governo interino antes das eleições legislativas, previstas para julho.

Além de anunciar a renúncia de todo o seu executivo, Boiko Borisov deixou ainda um pedido para que os 117 deputados do seu partido, o GERB, também deixassem os seus lugares.

"O Parlamento votará amanhã de manhã a renúncia do governo", anunciou a presidente do Legislativo, Tsetska Tsacheva, após ler a carta de demissão que lhe foi remetida por Borisov. No documento, o primeiro ministro garante que o seu governo cumprirá as suas funções “até que um novo governo seja eleito” e que fará “o necessário para garantir a continuidade do governo do país".


 

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