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Estudantes do ensino superior apelam à participação na manifestação de 2 de março

Num comunicado intitulado “Que se Lixe a Troika, queremos o Ensino Superior de volta!”, um grupo de “ativistas e dirigentes estudantis, de muitas cidades, associações de estudantes, colectivos e movimentos” acusam o governo de condenar os estudantes à “precariedade ou à emigração” e apelam “à participação massiva dos estudantes nas mobilizações de dia 2 de março”.
Foto de Paulete Matos.

No documento, os estudantes do ensino superior lembram que, nos últimos 20 anos, o valor das propinas registou um “aumento absolutamente exponencial”, quer no 1º como no 2º ciclo do ensino superior, e que “os últimos anos têm sido marcados por uma redução geral do acesso a bolsas de estudo, que hoje se encontram aos mesmos níveis do início da década”.

A esta situação acresce o facto de terem sido introduzidos e densificados “os empréstimos bancários que abrangem hoje cerca de 12 mil estudantes que devem 200 milhões de euros à banca” e de as famílias terem “uma crescente participação no financiamento da educação enquanto os estudantes são empurrados para trabalhos a part-time”.

“Se analisarmos as tendências e os percursos recentes do Ensino Superior em Portugal, chegamos a conclusões relativamente simples: trata-se de um ajuste de contas com esse projeto imenso que era um Ensino Superior universal, gratuito, de qualidade e que fizesse parte de um projeto democrático e moderno para o país”, adiantam.

Segundo os subscritores da convocatória, “a troika e os troikistas só pioraram o desenvolvimento destas políticas”, atacando profundamente o que “restava do Ensino Superior Público”. O executivo PSD/CDS-PP, procurando colocar “os estudantes e os jovens a pagar uma dívida que não é sua”, aumenta as propinas, “corta profundamente o financiamento das intuições, veda a entrada aos estudantes mais pobres e expulsa ou endivida os estudantes que já frequentam o Ensino Superior”.

“Só uma mobilização geral da sociedade que pare esta política pode dar instrumentos para que o Ensino Superior volte a estar no centro das políticas para uma democracia decente", defendem os 26 dirigentes associativos do ISCTE, Letras do Porto, Escola Superior de Teatro e Cinema, Associação Académica da Universidade de Lisboa e membros de coletivos estudantis.

“Só com um movimento que pare a austeridade que nos sufoca, que corte na divida e nos seus juros, que demita este governo e que expulse a troika, é que pode corresponder uma movimentação estudantil que volte a colocar os pilares básicos do projeto democrático para o Ensino Superior: a universalidade, a gratuitidade, a qualidade e a democracia”, avançam, apelando “à participação massiva dos estudantes nas mobilizações de dia 2 de março”.

O comunicado “Que se Lixe a Troika, queremos o Ensino Superior de volta!” é assinado pelos seguintes ativistas e dirigentes estudantis: João Mineiro (dirigente AEISCTE-IUL), Mariana Gomes (dirigente AE Esc.Superior Teatro e Cinema), José Miranda (dirigente AEFLUP), José Pereira (dirigente AAUL),André Pereira (Vice-Presidente Conselho Pedagógico do ISCTE, dirigente AEISCTE-IUL), Diogo Barbosa (Conselho Pedagógico FLUC), Gonçalo Pessa (ativista, coletivo economia sem muros), Tiago Ramalho (ativista Grupo de Estudos Políticos, UBI), Luís Martins (dirigente AEISCTE-IUL), Laura Diogo (ativista, artigo 74º), Leonor Carretas (dirigente, AE Esc.Superior Teatro e Cinema), Leonor Figueiredo (dirigente AEFLUP), Alexandre Carneiro (ativista, movimento 180), Lídia Pereira (ativista AACÇÃO), Inês Tavares (dirigente AEISCTE), João Cosme (ativista AACÇÃO), Luís Monteiro (dirigente AEFLUP), Jorge Mateus (ativista Grupo Estudos Políticos, UBI), Rute Simão (ativista, AACÇÃO), Adriana Albuquerque (AEISCTE-IUL), Filipa Gonçalves (ativista Artigo 74), João Santos (AEISCTE-IUL), Rodrigo Rivera (ativista, artigo 74º), Vanessa Amorim (dirigente AEISCTE-IUL, Núcleo de Estudantes de Antropologia do ISCTE-IUL).

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