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"Sem reestruturação da dívida o calvário vai continuar”

No final de um encontro com membros da Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida (IAC), o coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, defendeu ser urgente "renegociar a dívida, porque nós não temos condições para pagar uma dívida, cujos juros e montantes nos asfixiam completamente". O deputado bloquista sublinhou ainda que não basta dizer "que chega de memorando e de troika é preciso mudar de página e de política".
“No último trimestre tudo piorou no país, o desemprego, a recessão e as exportações. Não basta mudar os prazos de pagamento dos juros e da dívida, é necessário reestruturar a dívida e sem dúvida alguma baixar os valores dos juros. Sem reestruturação da dívida o calvário vai continuar.” Foto de Paulete Matos

“Há muito tempo que o Bloco de Esquerda diz que uma das mais importantes medidas para que o país possa vencer a crise é renegociar a dívida, porque nós não temos condições para pagar uma dívida, cujos juros e montantes nos asfixiam completamente, defendeu João Semedo no final de um encontro com membros da Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida”.

“No último trimestre tudo piorou no país, o desemprego, a recessão e as exportações. Não basta mudar os prazos de pagamento dos juros e da dívida, é necessário reestruturar a dívida e sem dúvida alguma, baixar os valores dos juros.

Comentando a carta de António José Seguro à troika, o coordenador bloquista disse hoje "não desvalorizar" o conteúdo da carta que o secretário-geral do PS dirigiu à troika, mas defendeu que "esse passo não tem coerência" se não for acompanhado de uma reclamação de reestruturação da dívida.

"O PS demorou quase dois anos a compreender que a receita da troika não resolve os problemas do país, mais vale tarde do que nunca, mas é preciso ser consequente e coerente", afirmou João Semedo.

Para o Bloco de Esquerda, "não basta dizer que chega de memorando e de troika é preciso mudar de página e de política".

“Essa mudança para o Bloco de Esquerda significa duas coisas: a reestruturação da dívida, reduzir o valor da dívida e das taxas de juro. E segundo separar as condições de financiamento das imposições políticas do memorando da troika”.

"Não basta prolongar os prazos de pagamento, sem reestruturação da dívida, o calvário dos portugueses vai continuar", advogou João Semedo.

Segundo o líder do Bloco de Esquerda, o país "não tem condições de pagar uma dívida cujos juros e cujo montante o asfixia completamente" e esta não pode "exceder os 60% do PIB".

"É esse o nível de dívida que o país suporta e é essa renegociação que é urgente fazer com os credores internacionais", apontou.

O coordenador bloquista sustentou que o país não tem "economia suficiente para libertar recursos para pagar a dívida" que existe.

"Todos os recursos nacionais estão hoje presos ao pagamento de juros e de uma dívida, todas as poupanças da economia, do Estado, das famílias, são canalizadas não para financiar a economia, não para financiar o Estado, não para garantir o Estado social, o SNS, a escola pública, nem direitos sociais, mas para pagar juros", observou.

ESQUERDA.NET | Bloco de Esquerda reune com a Auditoria Cidadã à Dívida

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