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Espanha: Maré Branca pela Saúde encheu as ruas em 15 cidades

No passado domingo, as Marés Brancas pela Saúde fizeram-se ouvir em quinze cidades espanholas contra os planos de privatização da saúde pública. Movimentos e sindicatos garantem que não vão parar de lutar e não baixarão os braços perante as intenções privatizadoras do PP.
A mobilização madrilena, após três meses de protestos, quatro greves e um plano de privatização da saúde pública aprovado pelo Governo da Comunidade de Madrid, estendeu-se por toda a Espanha.

A mobilização madrilena, após três meses de protestos, quatro greves e um plano de privatização da saúde pública aprovado pelo Governo da Comunidade de Madrid, estendeu-se por toda a Espanha. A sexta maré branca saiu à rua em quinze cidades, através de manifestações convocadas por plataformas de utentes, trabalhadores dos serviços de saúde e sindicatos, com o grito uníssono: "a saúde não se vende, defende-se".
Foi a primeira maré branca a nível nacional.

Em todas as manifestações defendeu-se a saúde pública espanhola, sublinhando que é "das melhores e mais eficientes do mundo", que a gestão privada"é mais cara " e que "diminui a qualidade do serviço".

Ao meio dia de domingo confluíram na praça Cibeles da capital espanhola os blocos provenientes dos diversos hospitais. As ruas do centro de Madrid estavam preenchidas de batas brancas e cartazes que pediam que se parasse com os planos de privatização da gestão hospitalar e dos centros de saúde do Governo Regional.

A manifestação decorreu sem qualquer incidente, segundo o Público espanhol fizeram-se ouvir lemas como: "povo de Madrid mobiliza-te”, “menos assessores, e mais doutores" ou "que não, que não, que não queremos pagar a vossa dívida com saúde e educação". Ainda que não existissem motivos de festa, a maré encheu as ruas de confettis, canções populares cujas letras eram substituídas por estrofes em defesa da saúde.

A gestão privada dos serviços de saúde é mais cara e diminui a qualidade das prestações, lê-se no manifesto. Na cabeça da manifestação, os secretários gerais da CCOO e da UGT de Madrid pediram o fim do plano de privatizações do Governo Regional. Jaime Cedrún, da CCOO, afirmou que o "conflito vai continuar" porque há "várias razões que demonstram que o que propõe o Governo (regional) é um erro, um falhanço e, inclusive, começam-se a ter suspeitas que é um negócio". José Ricardo Martínez, da UGT, defendeu que uma saúde deve ser pública "universal e eficiente", e que o Governo regional deve pensar nos cidadãos porque "pode fazer negócio com outras coisas".

Mónica García, porta-voz da Associação de Médicos Facultativos Especialistas de Madrid (Afem) afirma que "a esperança é a última a morrer", dando conta que puseram em marcha uma ação judicial para travar as intenções privatizadoras.

Também o porta-voz da plataforma de centros de saúde da Comunidade, Alejandro Tejedor, considerou que o Conselho de Saúde não tem razão porque, do seu ponto de vista, não quer entender que o sistema público de saúde deve assegurar aos cidadãos, segurança, eficiência e qualidade nos serviços.

Gaspar Llamazares, da Izquierda Unida, juntou-se novamente à manifestação da maré branca porque “os que assaltaram a habitação pública" pretendem agora "assaltar os serviços de saúde, negando o direito à saúde aos cidadãos, para a converter num negócio para uns poucos amigos do PP".

A lei de Classificação da Saúde da Catalunha de 1995 foi a que abriu as portas a empresas com fins lucrativos.

Declarações similares escutaram-se durante todo o percurso, desde da praça Cibeles às Portas do Sol, onde se leu um manifesto intitulado "a saúde é um direito", onde se defende que não iam consentir "que se faça negócios com ela, nem como cidadãos, nem como trabalhadores da saúde". O manifesto em favor da saúde pública recorda a lei de Classificação Sanitária da Catalunha de 1995, que "abriu as portas da saúde pública a empresas com fins lucrativos, permitindo que qualquer entidade com existência jurídica a possa gerir".

"Resistiremos como o temos feito até agora e manifestamos uma vez mais, a nossa contundente repulsa aos planos de privatização que se estão a levar a cabo em todas as autonomias", concluía o manifesto. Reis Montiel e Ramón Linaza, do agrupamento político da Equo, participaram da leitura do manifesto. Esta formação política pediu recentemente à Procuradoria anti-corrupção que investigue as empresas de Bárcenas que gerem hospitais públicos.

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